Este ensaio trata de temas relacionados à produção e publicação científica na contemporaneidade. As análises estão voltadas especialmente para os reflexos de um processo perverso que tem afetado os pesquisadores, as universidades e as revistas do Brasil (assim como já ocorreu ou vem ocorrendo em diferentes partes do mundo), devido ao chamado produtivismo acadêmico (entendido como a obrigação de publicar em periódicos, como indicador praticamente exclusivo para a avaliação da produção científica e da qualidade do pesquisador), bem como para o conjunto de desdobramentos negativos que esse processo provoca. Tomando como pressuposto a impossibilidade de tratar o tema da comunicação científica separadamente da estrutura da produção científica da qual o universo das revistas indexadas faz parte, o texto procurará problematizar as seguintes questões: quais são as principais distorções que a adoção de critérios majoritariamente quantitativos para avaliar, promover e financiar pesquisadores, periódicos e programas de pós-graduação tem provocado? Como se caracteriza o ciclo perverso do produtivismo que hoje contamina o nosso contexto acadêmico? Como ele afeta nossas produções e publicações? De que modo aquilo que foi planejado para melhorar a tarefa investigativa acaba por prejudicá-la? Alguns traços podem ser identificados e extraídos do conjunto dos mecanismos acima, sem que se pretenda, evidentemente, esgotar a complexidade do processo envolvido. Serão expostos também alguns argumentos advogando a favor da necessidade de uma ação coletiva entre os editores das revistas científicas (especialmente da área de humanidades), visando ao desenvolvimento de uma atuação política capaz de combater as mazelas do sistema hoje vigente de produção, avaliação e comunicação da ciência.
RESUMOO artigo apresenta os resultados de uma recente pesquisa realizada sobre o tema da constituição identitária, a educação, a memória e suas relações com as narrativas autobiográficas. Foram analisados doze memoriais apresentados em concursos para os mais altos cargos ou titulação da carreira universitária (livre-docência e titular), produzidos por professores ligados diretamente ou indiretamente aos estudos educacionais. Os memoriais examinados foram elaborados ao longo das últimas décadas por pesquisadores de duas diferentes gerações, selecionados com base nos seguintes critérios: expressão do pesquisador, diversidade em termos de formação, vinculação institucional e área de atuação. Buscou-se apreender elementos constitutivos próprios de uma identidade narrativa, bem como vozes sociais e polifônicas que perpassam esses relatos.
Este ensaio procura explorar a fecundidade dos postulados de Alexander Romanovich Luria para a pesquisa contemporânea. Especificamente, busca explicitar o vigor das premissas, das ideias e dos procedimentos investigativos adotados em seus estudos sobre os processos mentais em sua relação com a cultura ao longo de quase seis décadas de atividade. As contribuições da abordagem luriana são ilustradas por meio da apresentação de algumas de suas pesquisas realizadas ao longo do século passado. Foi salientado o caráter promissor dessa abordagem para a investigação do desenvolvimento humano, pois ela permite compreender os fenômenos em sua complexidade, a necessidade de criação de instrumentos e procedimentos de pesquisa capazes de assegurar essa compreensão, assim como o papel ativo do pesquisador na formulação de perguntas e na condução das pesquisas empíricas. A apresentação e análise de traços representativos dos diversos temas explorados pelo autor revelam um pesquisador obstinado em compreender o complexo processo de constituição humana por meio da fecunda combinação de investigações sobre o enraizamento biológico do funcionamento psicológico e sobre a constituição histórica do psiquismo humano.
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