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O campo brasileiro é historicamente marcado por contradições estruturais. Na década de 1990, por pressões dos movimentos sociais de luta pela terra, em especial, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o debate sobre uma educação do/para o campo se intensificou. De um lado, o Agronegócio buscou capitanear essas demandas dos movimentos sociais para a formação de quadros necessários ao manejo dos avanços tecnológicos voltados à sua reprodução. De outro, a Educação do Campo obteve avanços a ponto de se transformar em política pública. Concomitantemente, ante a intensificação do neoliberalismo no Brasil, observou-se o retrocesso, com o fechamento de boa parte das escolas no campo. Tendo isso em mente, objetivamos neste artigo discutir o fechamento de escolas no campo e seus desdobramentos para a reprodução camponesa tomando como referência o município de Moita Bonita – SE. A pesquisa, de cunho quali-quantitativo, contou com levantamento de dados junto aos órgãos oficiais e entrevistas semiestruturada com grupos focais. Os dados foram analisados à luz do materialismo histórico dialético e apontaram como conclusões a compreensão do fechamento de escolas no campo como expressão do modo de sociabilidade do capital, que busca negar os sujeitos e seus lugares, afirmando sua lógica sistêmica de reprodução.

ESCOLA DA TERRA: FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO O presente texto tem como objetivo analisar as contribuições do Projeto piloto Escola da Terra Sergipe, tomando-se como referência o curso de aperfeiçoamento para professores de turmas multisseriadas e quilombolas, enquanto ação do Programa Nacional de Educação do Campo – Pronacampo. Para tanto, foram analisados os materiais produzidos pelos cursistas, os conteúdos abordados na formação, bem como os objetivos do próprio programa. Os dados foram analisados à luz de referencial teórico que versa sobre a educação do campo e a formação inicial e continuada de professores.  O projeto foi desenvolvido no decurso de seis meses, em 2017/18, com professores de 14 municípios do estado de Sergipe adotando-se, como metodologia, a Pedagogia da Alternância a qual, na Formação continuada de professores, facilita a compreensão em relação à articulação entre realidade e conhecimento científico.  A formação continuada tem o intuito de fortalecer o desenvolvimento de propostas pedagógicas e metodologias adequadas aos povos do campo, respeitando sua especificidade e tornando a aprendizagem mais significativa. Dessa experiência participaram 340 Professores da educação do campo e quilombola, 09 Estudantes de graduação interagindo e articulando teoria e prática na troca com os professores da educação básica, 02 estudantes de pós graduação interagindo e refletindo sobre os desafios da educação básica, especificamente sobre o ensino multisseriado e quilombola.  Um dos resultados mais relevantes do curso foi a elaboração de 54 projetos de intervenção de autoria dos professores cursistas, fruto das reflexões do tempo universidade, materializadas no tempo comunidade nas escolas onde lecionam. O desenvolvimento do projeto Escola da Terra Sergipe oportunizou relevantes processos de troca e compartilhamento de conhecimentos entre os professores cursistas, os estudantes de graduação e pós graduação que participaram como bolsistas, monitores, formadores, voluntários, e principalmente, oportunizou o conhecimento e a proximidade dos professores da comunidade e da realidade do campo onde atuam. Palavras-Chave: Ensino Multisseriado.  Educação do Campo. Formação continuada