O presente artigo buscou investigar as concepções e práticas do psicólogo escolar acerca da afetividade na relação professor-aluno. Para atender o respectivo objetivo, foram realizadas entrevistas com quatro psicólogas escolares da cidade de Salvador, que atuam em escolas particulares e no ensino fundamental. A análise qualitativa dos dados contribuiu com a elaboração de três eixos de análise: 1) O papel e as demandas do trabalho do psicólogo escolar; 2) Concepções dos psicólogos acerca da afetividade na mediação pedagógica; 3) Estratégias de suporte ao professor na mediação pedagógica. A maioria dos dados analisados indicou que há diversas vertentes nas quais o psicólogo pode configurar intervenções com foco na afetividade, a exemplo de uma maior aproximação do corpo docente e coordenação pedagógica, elaboração de trabalhos direcionados ao currículo escolar, implantação de projetos de formação para professores, observações periódicas na sala de aula e reflexões frente à didática utilizada pelo professor.
A partir dessa perspectiva, neste trabalho serão apresentadas algumas considerações a respeito de um estudo de caso realizado no ensino noturno da rede municipal de Betim (MG), que recentemente elaborou um currículo por competências que está em fase de implementação nas escolas. Tomarei como referência alguns pontos principais da proposta curricular oficial da rede, bem como o discurso de alguns professores quanto à incorporação da noção de competência no cotidiano escolar. A ascensão dos "currículos por competências"É crescente a utilização, nos discursos educacionais, de afirmações que defendem que a escola deve dar prioridade ao desenvolvimento de competências, e não à transmissão de conhecimentos. Essa utilização parece estar atrelada à visão de Perrenoud (1999), ao enfatizar que os currículos voltados para a construção de competências devem promover uma limitação "drástica da quantidade de conhecimentos ensinados e exigidos" (p. 10), dando prioridade a conteúdos que possam ser exercitados, no âmbito es- IntroduçãoNos últimos anos no Brasil, como destacam Lopes e Macedo (2002), as discussões sobre currículo vêm assumindo maior importância, principalmente em razão de reformas curriculares que buscam promover alterações nos processos educativos das escolas. Dentre essas reformas, podemos citar aquelas que defendem um currículo voltado para a construção de competências no aluno, com o argumento de que o ensino por competência é a mais nova palavra de ordem na educação brasileira (Gentile & Bencini, 2000).Nesse sentido, evidencia-se a necessidade de estudos empíricos que busquem, dentro do campo curricular, investigar como a noção de competência vem influenciando a elaboração e implantação dos currí-culos na educação básica. Dessa forma, as propostas curriculares voltadas para a construção de competên-cias precisam, a meu ver, ser mais bem compreendidas e até mesmo problematizadas. Considero fundamental investigar como se tem estruturado um currículo por competências e como ele é incorporado no discurso docente.
Cidade ignorada: um retrato da universalização do saneamento em assentamentos precários no entorno da Billings e Guarapiranga.-São Paulo-2017. 111 fls. f.: il.
A realização desta entrevista integrou as atividades do projeto (2020-2022) do Grupo de Educação e Pesquisa em Justiça Curricular (GEPEJUC), coordenado pela Professora Branca Jurema Ponce do Programa de Educação: Currículo, da Faculdade de Educação da PUC-SP. Um dos objetivos do projeto consiste em registrar experiências históricas de educação escolar, assim como práticas curriculares atuais que revelem avanços democráticos. A história de Amabília Almeida é testemunho da ação feminista rebelde contra o patriarcado, da resistência política contra o autoritarismo e do ativismo docente pela garantia do direito à educação. Com mais esta publicação, reafirma-se a essência utópica das produções acadêmicas ancoradas no conceito de justiça curricular. Histórias como essas permitem afirmar a impossibilidade de silenciar experiências emancipatórias, e elas sobrevivem nas memórias, nos sonhos, nas resistências.
O artigo, fruto de pesquisa empírica realizada no ADE da Chapada Diamantina (BA), analisou o processo de Mobilização Sociopolítica realizado em municípios integrantes da iniciativa no ano de 2020. Estabeleceu-se como hipótese que a experiência coletiva de construção de um contexto de produção de política curricular (Ball; Mainardes, 2011) participativa aproximou-se da proposta conceitual de justiça curricular em suas três dimensões - conhecimento, cuidado e convivência democrática (PONCE, 2018) - e dos elementos constitutivos do conceito de justiça social conforme FRASER (2012). Argumenta-se a favor de políticas de currículo construídas em diálogo coletivo a partir das vozes dos sujeitos que protagonizam processos de luta pela educação de qualidade social, confiando nas suas capacidades de analisarem a própria realidade e de contribuírem de modo efetivo na proposição de políticas públicas educacionais.
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