Introdução: A Síndrome de Realimentação (SR) constitui um distúrbio metabólico e eletrolítico que ocorre em resposta à reintrodução de dieta após um período de privação nutricional, e que pode culminar em insuficiência respiratória, cardíaca, distúrbios neurológicos ou até mesmo óbito. O ambiente hospitalar pode favorecer condições para ocorrência desse agravo, em especial considerando-se o jejum prolongado durante a internação e a prevalência de desnutrição entre pacientes hospitalizados. Objetivo: Reunir a produção científica atual sobre a SR no contexto hospitalar, incluindo o manejo nutricional desses pacientes, visando orientar a tomada de decisões por parte dos profissionais de saúde. Metodologia: Trata-se de revisão integrativa de literatura, a partir de artigos científicos disponíveis nas plataformas Scielo, MEDLINE e LILACS. Realizou-se busca no período de agosto a setembro de 2020, através da combinação dos Descritores em Ciência e Saúde (DECS) "síndrome de realimentação" e "terapia nutricional". Foram selecionados estudos na língua inglesa, portuguesa e espanhola, publicados entre os anos de 2015 a 2020, e que tratassem de população hospitalar. Resultados e discussão: O presente estudo reúne e discute a literatura científica a respeito da SR, ressaltando a importância da identificação precoce do risco nos pacientes, bem como do tratamento clínico e nutricional adequado para evitar complicações inerentes dessa síndrome. Conclui-se que os fatores de risco mais relevantes parecem ser o histórico de perda de peso e o jejum prolongado. Os principais marcadores bioquímicos são a hipofosfatemia, hipomagnesemia e a hipocalemia, enquanto os clínicos são o edema periférico, sobrecarga de fluidos e desordens nos órgãos, principalmente com disfunções cardíacas, pulmonares e neurológicas. A restrição calórica, com progressão gradual, parece ser a conduta com melhores desfechos e maior sobrevida nesses pacientes. Mais estudos são necessários para orientar a prática clínica de maneira assertiva e padronizada,
A Nutrição Parenteral (NP) é uma alternativa de suporte nutricional, podendo contribuir para recuperação da saúde e maior chance de sobrevida dos pacientes. Objetivou-se avaliar a adequação calórica e de macronutrientes da NP fornecida a pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto. Trata-se de estudo transversal, com coleta de dados secundários dos prontuários dos pacientes. Foram analisados dados de 21 indivíduos, com predominância do sexo masculino e média de idade de 62,05 ± 14,59 anos. Quando consideradas as médias e os percentuais de adequação, apenas os lipídios mostraram-se inadequados, revelando aporte lipídico insuficiente em 52,6% dos pacientes. Contudo a avaliação das prescrições indicou aporte calórico excessivo em 19,0% da população, deficit proteico em 19,0% e excesso de proteínas em 38,0% dos casos. Conclui-se que existem inconformidades que impedem suporte nutricional apropriado, fato que ressalta a necessidade de monitoramento e reavaliação constante dos pacientes e da conduta nutricional adotada.
A prevalência de doenças cardiovasculares (DCV) tem aumentado nas últimas décadas, destacando-se em sua etiologia fatores de risco modificáveis relacionados à alimentação desbalanceada. A circunferência da cintura (CC) é um método simples para avaliação do risco cardiometabólico, relacionada ao excesso de adiposidade abdominal. Considerando que os universitários constituem grupo potencialmente em risco para DCV, em função de mudanças em hábitos de vida acarretadas pela vida acadêmica, objetivou-se descrever a prevalência de obesidade abdominal e avaliar os fatores associados nessa população. Estudo transversal foi realizado a partir de dados dos prontuários de universitários assistidos nos anos de 2016 a 2019 em ambulatório nutricional de Universidade em Mato Grosso do Sul. Foram avaliados dados antropométricos (peso, altura, CC e dobras cutâneas), dietéticos (recordatório alimentar), e socioeconômicos dos pacientes. Os resultados evidenciam a maior parte dos acadêmicos como eutróficos (50,3%), contudo foram identificadas altas taxas de sobrepeso e obesidade (41,0%), excesso de gordura corporal (84,1%) e de risco para DCV (34,0%). A prevalência de obesidade abdominal foi menor entre os indivíduos eutróficos, quando comparados aos com sobrepeso e obesidade (p<0,01); e a prevalência de obesidade abdominal foi 1,79 vezes maior entre os sedentários quando comparados aos que praticavam atividade física. As demais variáveis não apresentaram associação significativa ao desfecho investigado. Conclui-se que os universitários apresentam diversos fatores que configuram risco para o desenvolvimento de DCV, reforçando a necessidade de ações de promoção à saúde visando a adoção de um estilo de vida mais saudável e prevenção de doenças. Palavras-chave: Obesidade Abdominal. Doenças Cardiovasculares. Consumo Alimentar. Estudantes. Abstract The prevalence of cardiovascular diseases (CVD) has increased in the past decades, and its etiology includes modifiable risk factors related to an unbalanced diet. The waist circumference (WC) is a simple method to evaluate the cardio metabolic risk, related to the excess of abdominal adiposity. Considering that college students are a group potentially at risk for CVD due to lifestyle changes brought by the academic life, the aim of this study was to describe the prevalence of abdominal obesity and to assess the associated factors in this population. Cross-sectional study, based on medical records data of college students assisted in the years 2016 to 2019 in a nutritional outpatient clinic of a university in MatoGrosso do Sul. Anthropometric (weight, height, WC and skin fold measurement), dietetics (food record) and socioeconomic data were evaluated. Results demonstrate the majority of university students as eutrophic (50.3%), however high rates were identified of overweight and obesity (41.0%), body fat excess (84.1%) and CVD risk (34.0%). The prevalence of abdominal obesity was lower among eutrophic individuals when compared to those with overweight and obesity (p<0.01); and the prevalence of abdominal obesity was 1.79 times higher between physically inactive when compared to those who practice physical activities. The other variables did not show a significant association with the investigated outcome. Many risk factors set college students at CVD risk and reinforce the need for health promotion actions to stimulate a healthier lifestyle and disease prevention. Keywords: Abdominal Obesity. Cardiovascular Diseases. Food Consumption. Students.
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