RESUMO O presente artigo propõe discutir as relações entre mulheres Kaingang da aldeia Icatu, no estado de São Paulo, suas crianças e o espaço das casas. O que a etnografia mostra é a primazia de etiquetas de convívio pautadas pela lógica da não visitação entre pessoas de casas distintas. Tal esquema de convivialidade, que também se estende para as relações entre adultos e crianças, permite a não mistificação da imagem de criança indígena como mensageira ou livre de restrições a certos convívios. Mostra ainda que índios no estado de São Paulo formulam criativamente suas ações trazendo questões importantes para o debate da etnologia indígena, muito além das teorias de aculturação e assimilação, ao qual foram associados. Palavras-chave: Convivialidade. Kaingang. Mulheres. Casa. 1 Doutoranda em Antropologia Social pelo PPGAS/UFSCar. O presente trabalho é fruto da dissertação de mestrado: Crianças invisíveis da Reserva indígena Icatu/SP, defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSCAR.
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