Estratégias de sobrevivência são o arcabouço teórico-metodológico para pensar a fronteira e as relações entre o rural e o urbano na Amazônia brasileira, através de um estudo comparativo entre Altamira (PA) e Machadinho d’Oeste (RO). Ambas, áreas de fronteiras recentes, são estudadas a partir de modelos de classe latente (LCM) elaborados para captar as estratégias de sobrevivências das famílias. Os resultados demonstram que a fronteira tem, hoje, características mais regionais, marcada por uma vida urbana mais intensa, conectada ao rural.Palavras-chave: Estratégias de sobrevivência; fronteira; família; urbano-rural.
Essa dissertação fundamenta-se no trabalho de campo realizado em um trecho da Rodovia Transamazônica, no entorno das cidades de Altamira e Brasil Novo, no Estado do Pará. Esse trecho fez parte de um projeto de expansão da fronteira agrícola nos anos 70, e foi palco de um grande fluxo migratório de vários estados do país. A partir desses dois fatos nos propusemos a acompanhar, por meio das narrativas orais, as trajetórias desses migrantes, conhecidos localmente como colonos.Através do trabalho e da vida cotidiana pudemos acompanhar também as trajetórias dos lugares por eles constituídos. A partir dos dados colhidos uma paisagem e uma dinâmica local foram se desenhando. Tal paisagem e dinâmica mostraram que a categoria com a qual operávamos não era única. Naquele lugar outra categoria de moradores partilha o espaço com os colonos: os daqui. Ao acompanhar as trajetórias das pessoas através dessas duas categorias percebe-se a construção de uma relação com o lugar marcada pela relação com a terra e com a estrada, cuja dinâmica sofreu influência do projeto de colonização e de práticas trazidas do lugar de origem dos migrantes. O processo que se inicia com a chegada dos colonos até a emergência d'os daqui demonstra, principalmente, como um lugar e um modo de vida particulares se constituem naquela localidade.Por fim, esperamos que, ao entender as trajetórias dessas pessoas e dos lugares por elas constituídos, possamos ter contribuído para a compreensão dos resultados de uma política recente de colonização, e para o papel das pessoas na produção de lugares e de modos de vida.
A localidade de residência de parentes e a ajuda entre unidades domésticas de áreas urbanas da Amazônia brasileira são estudadas para pensar elementos da distribuição espacial e dinâmica da população. Como abordagem operacionalizamos uma parte do conceito de 'estratégias de sobrevivência familiar' usando o conceito de 'espaço de vida' como aporte para captar elementos do capital social e físico que compõe estas estratégias com o uso da análise de correspondência. Os resultados mostram que a utilização desse arcabouço é útil, demonstrando a diversidade das características da distribuição espacial da população em diferentes áreas da Amazônia.
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