Os cruzamentos entre indivíduos com alto grau de parentesco geram, com frequência, deformidades aos fetos. A endogamia propicia formação de genes recessivos que ocasionam defeitos acrossomais responsáveis por malformações que podem trazer riscos à vida do neonato. O objetivo foi relatar o acompanhamento e atendimento a um parto de uma cadela da raça pug cujo cruzamento deu-se com o avô, gerando consanguinidade e ocasionando dois neonatos que apresentaram malformações congênitas. O animal chegou à Clínica Veterinária Tolevet, localizada em Toledo – Paraná, em trabalho de parto, apresentando contrações uterinas e aumento de volume na região do útero no abdômen. Ao exame físico, parâmetros vitais apresentavam-se normais. No parto nasceram sete filhotes que receberam os cuidados de retirada da bolsa placentária, desobstrução das vias aéreas e ligadura umbilical. Dois filhotes apresentaram deformidade congênita, um apresentou lábio leporino concomitante com fenda palatina (palatosquise), o segundo, já em estado de óbito, apresentou acúmulo anormal de líquido em tecido fetal totalmente edemaciado, definido como hidropisia fetal. Este trabalho demonstra a importância de que se evitem acasalamentos consanguíneos de ancestrais comuns, a fim de minimizar a incidência de defeitos congênitos em neonatos incompatíveis com a vida ou que trazem risco à saúde e à qualidade de vida do animal.
Os tumores mamários em cadelas integram cerca de 52% das neoplasias em cães. A remoção cirúrgica completa, denominada mastectomia, é considerada o tratamento de eleição. A dor pós-operatória para esse procedimento pode ser classificada de moderada a intensa, exigindo, portanto, um tratamento com fármacos que minimizem a dor. A analgesia preemptiva é um método que consiste na administração de medicamentos antes do estímulo doloroso e dessa forma, tem se destacado entre os protocolos analgésicos. Escalas capazes de avaliar a dor em animais surgiram diante da dificuldade em seu reconhecimento na Medicina Veterinária. A escala de dor da Universidade de Melbourne (UMPS) consiste na avalição dos parâmetros fisiológicos e comportamentais específicos relacionados à dor, aumentando sua sensibilidade e especificidade. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia de dois diferentes protocolos de analgesia preemptiva no controle de dor pós-operatória em cadelas submetidas a mastectomia, com a utilização da UMPS. Para isso, a pesquisa contou com 16 pacientes fêmeas que foram aleatoriamente divididas em dois grupos (G1 e G2). O grupo G1 referente ao protocolo de analgesia preemptiva com firocoxibe associado ao adesivo de fentanil transdérmico, foi composto por 8 fêmeas. Dessa forma, as 8 fêmeas restantes constituíram o grupo G2 recebendo analgesia preemptiva com carprofeno associado ao fentanil transdérmico. No pós-operatório as pacientes foram avaliadas por meio da aplicação da UMPS em 5 tempos (T1, T2, T3, T12 e T24). O resgate analgésico somente foi efetuado quando a avaliação alcançou pontuação superior a 13. Diante disso, dentre as 16 cadelas que participaram da pesquisa, 11 delas (68,75%) demonstraram controle adequado da dor, portanto, não houve a necessidade de resgate, 4 pacientes (25%) necessitaram de resgate analgésico e 1 paciente (6,25%) foi desclassificada da pesquisa. Contudo, conclui-se que a Escala da Dor da Universidade de Melbourne é um bom método para avaliação do grau de dor em cães e que adesivo de fentanil transdérmico (Durogesic®) demonstrou boa atuação no controle da dor com associação a ambos anti-inflamatórios, desde que o mesmo esteja em total aderência com a superfície da pele.
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