Este artigo tomou por base o intenso cenário de fluxos migratórios durante o governo de Donald Trump (2017-2021) nos Estados Unidos (EUA) em que foram adotadas medidas repressivas que contribuíram para a segregação do núcleo familiar de migrantes e refugiados, bem como afetaram a estrutura familiar de muitas crianças migrantes. Diante deste cenário, este artigo se propôs a identificar como ocorrem as modificações das estruturas familiares durante os processos de refúgio e migração e de que maneira elas impactam na vida e o desenvolvimento da criança migrante na chegada ao país de destino. Para o desenvolvimento deste artigo, foi realizada uma análise metodológica com base nos estudos de Pêcheux (1997), Orlandi (1999) e Maziére (2017) acerca da análise do discurso (AD) dos relatos de sete refugiados e migrantes publicados no site do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e BBC News. Além disso, este artigo foi desenvolvido a partir da discussão do conceito jurídico de família à luz dos estudos de Gonçalves (2015), Santana (2015) e Scott (2015). Concluiu-se pela ineficiência do Estado enquanto garantidor de Direitos Humanos e à proteção da família e, consequentemente das crianças migrantes e refugiadas, pois as medidas adotadas caminham em desencontro aos acordos e tratados internacionais dos quais países-destinos de refúgio e migração são signatários.
Olhos d’Água é uma coletânea de contos de Conceição Evaristo publicada em 2018. Predomina, nos contos, o protagonismo das figuras femininas, nas quais temos materializada a escrevivência conforme a qual a própria escritora caracteriza sua atividade literária, temos então diversas vidas de mulheres nas quais muitas outras mulheres podem ler suas próprias histórias. Dentre elas Luamanda, personagem escolhida para nossa leitura e a partir da qual pensamos a vivência do amor pela mulher, o que passa pelo que é ser mulher ou tornar-se mulher e, especificamente, a fluidez na relação amorosa. Nossa leitura é feita a partir das contribuições de Simone de Beauvoir, Judith Butler e Marina Castañeda.
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