RESUMOO câncer de esôfago é o oitavo tipo de neoplasia maligna mais incidente em âmbito mundial, constituindo a terceira causa de morte por câncer no sistema digestivo. Dentre os fatores de risco, o tipo adenocarcinoma está atrelado à doença do refluxo gastroesofágico e ao esôfago de Barrett. O carcinoma epidermóide, por sua vez, está associado ao menor nível socioeconômico e à história pregressa de tabagismo e etilismo. O objetivo do presente trabalho consiste em caracterizar as internações hospitalares por câncer de esôfago no município de Governador Valadares (Minas Gerais), entre os anos de 2011 e 2020. Trata-se de um estudo ecológico com dados secundários de domínio público disponíveis no Portal de Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Para caracterização, as informações consideradas foram: ano de internação, sexo, faixa etária, óbitos, caráter de atendimento, dias de permanência e gastos. Totalizaram-se 1.892 internações hospitalares por câncer de esôfago em todo o período estudado, com destaque para o caráter de urgência (n=1.081; 95,1%). Quanto ao regime, a maioria das fichas continha essa informação ignorada (n=1.037; 52,3%); enquanto 38,4% (n=761) das internações ocorreram sabidamente no sistema privado e 94 (4,7%) no sistema público. Frisam-se ainda sexo masculino (n=1.452; 76,7%) e faixas etárias 60 a 69 anos (n=595; 31,4%) e 50 a 59 anos (n=608; 26,8%). Ademais, 288 casos evoluíram para óbito (letalidade hospitalar de 15,2%). O perfil de falecimentos foi semelhante ao de internações, com cerne para homens (n=223; 77,4%) e idade 60 a 69 anos (n=82; 28,5%). A letalidade hospitalar foi levemente mais expressiva no sexo masculino (15,4%) comparando-se ao feminino (14,8%), porém em se tratando da idade, foi proeminente entre indivíduos de 80 anos ou mais (19,1%). Do ponto de vista temporal, o menor número de hospitalizações por câncer de esôfago foi registrado em 2011 (n=155; 8,2%), atingindo o maior valor em 2016 (n=266; 14,0%) e concluindo a série histórica em 2020 com 180 (9,5%) internações. Acerca do tempo de permanência dos pacientes nos hospitais, acumularam-se 8.062 dias. Consoante aos gastos totais contabilizou-se R$