resumo O objetivo deste artigo é realizar uma reflexão crítica sobre a produção literária infantil indígena. Para isso, recorre-se à problematização teórica centrada no conceito de transculturação, conforme Canclini (2007), articulado aos estudos sobre literatura infantil e juvenil brasileira, segundo estudos de Mortatti (2001), Ceccantini (2010) e Martha (2016). Como objeto de análise, são abordadas as obras Paiquerê: o paraíso dos Kaingangs, de Cléo Busatto, e Karú Tarú: o pequeno pajé, de Daniel Munduruku, ambas editadas em 2009. Essa análise permite a proposição da hipótese de que, na literatura indígena mais recente, direcionada ao público infantil, encontram-se opções estéticas condicionadas a um intento de divulgação cultural nem sempre afeito à construção de textos literários de qualidade estética relevante. Assim, torna-se necessário refletir, no caso das narrativas, sobre ideias e concepções colocadas a serviço de um engajamento ideológico cujos reflexos, no texto literário, mostram-se contraditórios na relação com o leitor, o qual tende a enxergar na cultura indígena um elemento exótico e estereotipado, o que pouco contribui para uma relação intercultural democrática e humanizadora.
Este artigo visa explanar o trabalho realizado pelo Projeto de Extensão “Literatura em cena: arte-educação no espaço escolar” em 2019 e seu impacto na comunidade em que está alocado. Objetiva-se apresentar uma análise do poema “Bernardo”, de Manoel de Barros, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção e do Efeito (JAUSS, 1994; ISER, 1996 e 1999), fazendo um relato de sua recepção na Mostra Cultural organizada pelos alunos de graduação e pós-graduação da UNESP que atuam no projeto. Naquela oportunidade, os visitantes do evento entraram em uma sala ambientada, cujo tema foi o poema “Bernardo”, com o objetivo de sensibilizar seus visitantes, fazê-los se sentir como se estivessem na atmosfera do poema e testemunhas das ações de Bernardo compondo o amanhecer. A sala possuía luz ambiente, recursos audiovisuais e uma versão musicada do poema. As impressões colhidas com a experiência extrapolaram as expectativas, mostrando o quanto a fruição da arte pode sensibilizar diferentes pessoas.
O presente artigo traz uma breve análise do romance Minuano (2014) do escritor gaúcho Tabajara Ruas (1942-), publicado pela editora BesouroBox. No contexto da literatura juvenil brasileira, a narrativa é abordada tanto sob o enfoque temático – voltado para a presença do conflito armado em textos para jovens leitores – quanto para componentes estéticos – considerado a partir de aspectos como intertextos e diálogo com fatos históricos. Como aporte teórico, recorremos a estudos de Cruvinel (2009), Lajolo e Zilberman (1999), Martha (2008) e (2011), Souza (2015), Cotrim (1999) e Pasavento (1990), entre outros.
Este artigo objetiva refletir sobre o tema da guerra manifesto no livro ilustrado infantil contemporâneo. Para tanto, elegeu-se a obra A caminho de casa, escrita por Ana Tortosa e ilustrada por Esperanza León (2012), pois permite um modo de representação cativante, segundo Linden (2011), pela percepção simultânea de dois textos distintos: verbal e imagético. Justifica-se, então, na análise dessa obra, refletir sobre suas potencialidades na formação do leitor crítico (ECO, 2003). Para tanto, busca-se a partir do aporte da Estética da Recepção (JAUSS, 1994; ISER, 1996 e 1999), detectar se há vazios na estruturação da obra, que geram expectativa e tensão, bem como potências de negação e silenciamentos, os quais suscitam revisões de hipóteses, enfim, produtividade do leitor na leitura. Além disso, se suas ilustrações possuem pregnância estética (OLIVEIRA, 2008), sendo capazes de ampliar o imaginário do leitor infantil, constituir sua memória afetiva e, assim, desautomatizar seu olhar em relação à imagem.
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