Objetivo: Estimar a utilização de recursos e os custos médicos diretos associados às fraturas por fragilidade, sob as perspectivas do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema de Saúde Suplementar (SSS) no Brasil, por meio de abordagem de microcusteio. Métodos: Para a determinação do padrão de utilização de recursos, foi conduzida uma revisão da literatura sobre o manejo das fraturas por fragilidade (fêmur proximal, terço distal do rádio e vértebra). As condutas foram validadas por dois especialistas. Foram considerados apenas custos diretos, sob as perspectivas do SUS e do SSS como fontes pagadoras, a partir de listas oficiais de preços adequadas a cada categoria de custos e a cada perspectiva. Resultados: Os custos finais médios atribuídos ao tratamento cirúrgico da fratura de fêmur proximal, sob as perspectivas do SUS e do SSS, foram de R$ 5.612,13 e R$ 52.384,06, respectivamente. Para as fraturas do terço distal do rádio, os custos médios por paciente para o tratamento conservador e cirúrgico foram de R$ 661,53 e R$ 1.405,21, respectivamente, sob a perspectiva do SUS, e de R$ 8.917,75 e R$ 21.689,92, para a perspectiva privada. Quanto às fraturas vertebrais, os custos por paciente para o tratamento conservador e cirúrgico foram de R$ 1.165,93 e R$ 9.775,56, respectivamente, no cenário do SUS, e de R$ 15.053,32 e R$ 54.596,78, respectivamente, sob a perspectiva do SSS. Conclusões: No Brasil, custos diretos das fraturas por fragilidade são relevantes, justificando a preocupação não apenas clínica, mas também econômica para fontes pagadoras e sociedade.
Objetivo: Identificar os principais critérios e preferências na tomada de decisão em saúde para osteoporose pós-menopausa, por três grupos de stakeholders (n=3, cada): médicos; representantes de pacientes; gestores de saúde. Métodos: Uma estrutura de Análise de Decisão Multicritério (MCDA) foi realizada para gerar priorização entre tecnologias: uma revisão da literatura formou conjuntos de critérios; um painel online validou os critérios selecionados; o método AHP (Analytic Hierarchy Process) atribuiu pesos de importância para cada critério, por consenso. Resultados: Os critérios avaliados foram: eficácia (fraturas clínicas, vertebrais, não vertebrais e de quadril, densidade mineral óssea), segurança (eventos adversos e tolerabilidade), conveniência (adesão e comodidade posológica) e economia (razão de custo-efetividade incremental – RCEI, custo por respondedor, impacto orçamentário e custos indiretos). Fraturas clínicas e de quadril apareceram nas primeiras posições para todos os grupos. Para os médicos, fratura de quadril (26,11%) e eventos adversos (14,64%) foram os principais critérios de priorização; para os representantes dos pacientes, fratura clínica (25,09%) e de quadril (22,84%), enquanto critérios econômicos receberam os menores pesos (1,2% a 0,98%), abaixo da comodidade posológica, por exemplo (4%). Gestores públicos priorizaram RCEI (19,44%) e fratura de quadril (16,21%). Conclusões: Os resultados apresentados têm potencial para auxiliar na tomada de decisão e priorização de tratamentos para osteoporose e estão em linha ao observado em estudos de preferência nesta área terapêutica. Embora os pesos finais tenham variado entre os grupos, os desfechos de eficácia que envolvem fraturas foram os critérios priorizados.
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