ResumoEste artigo tem por objetivo discutir os determinantes e a decomposição da inflação brasileira medida pelo IPCA nos anos de 2000 a 2009. Foram construídas 22 séries desagregadas, a classificação por segmentos, resultante da combinação da classificação bens comercializáveis/não comercializáveis/ monitorados com os nove grupos do IPCA (alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação). Os segmentos que mais influenciaram a inflação são ordenados pelo denominado Índice de Pressão sobre a Meta de Inflação (IPMI), criado para medir o impacto de cada agrupamento sobre o IPCA. São apresentados os resultados de um modelo econométrico, com dados mensais de 1999 a 2009, para estimar os determinantes macroeconômicos da inflação desagregada nas 22 séries. Os determinantes dos segmentos mais influentes são explorados a partir dos resultados do modelo econométrico. Por fim, são levantadas algumas implicações para políticas de combate à inflação. Palavras-chave:Decomposição da inflação; Índice de pressão sobre a meta de inflação; Classificação por segmentos; IPCA, Função de transferência. Abstract Structure of Brazilian inflation: determinants and disaggregation of the extended National Consumer Price Index (IPCA)This paper aims to discuss the determinants of Brazilian inflation measured by the Extended National Consumer Price Index (IPCA) from 2000 to 2009. We built 22 disaggregated series, the segments classification, crossing the classification in tradables/non-tradables/monitored prices with the main groups of the IPCA (food and beverages, housing, household goods, clothing, transportation, health and personal care, personal expenses, education and communication). Segments with the most influence on inflation are ordered according to the Inflation Targeting Pressure Index (ITPI), designed to measure the impact of each prices group on the IPCA. The paper also presents the results from an econometric model to estimate the macroeconomic determinants of inflation in the 22 disaggregated series, using monthly data from 1999 to 2009. The determinants of most influential segments are explored based on the results of the econometric model. Finally, the implications for inflation policies are discussed.
Este trabalho apresenta especificações econométricas inéditas para o consumo agregado das famílias brasileiras em níveis trimestrais, no período 1995-2009. Argumenta-se, em particular, que a utilização de aproximações trimestrais da renda disponível do setor privado (a preços de 1995 encadeados), do crédito disponibilizado às famílias brasileiras (em % do PIB) e (de uma proxy) da taxa de juros real da economia como variáveis explicativas da dinâmica trimestral do consumo agregado dessas famílias gera modelos com elevado grau de ajuste "dentro da amostra" e "fora da amostra". Tais modelos sugerem, ainda, uma elasticidade-renda (privada, excluindo rendas líquidas de propriedade) próxima de 0,4 e semielasticidades-crédito e taxa de juros da ordem de 2% e -2% para o consumo agregado das famílias brasileiras.
Ao meu orientador Ricardo Abramovay, por sua disponibilidade, interesse acadêmico, sugestões e paciência com minhas falhas. Ao IPE/USP, pelos excelentes professores que participaram de minha formação, pela estrutura disponibilizada, inclusive fornecendo o acesso aos dados da pesquisa, e pelos funcionários tão prestativos e atenciosos. Ao CNPq, que financiou meus estudos por meio de bolsa de estudos. Aos professores Basilia Aguirre, Silvia Schor e Hélio Zylberstajn, que me deram a oportunidade de trabalhar na FIPE, experiência que enriqueceu bastante minha vivência como economista. Às organizações que possibilitaram a realização da pesquisa de campo que motivou esse trabalho, o PESC-Programa de Extensão em Serviços à Comunidade da FEA/USP e à Planet Finance Brasil, especialmente seu então diretor Frederico Celentano. Ao excelente grupo de alunos de graduação da FEA/USP participantes do projeto do PESC que fez as entrevistas com as costureiras em Cidade Tiradentes: Anna, Henrico, João, Michelle, Nathália e Priscila. Aos membros do outro grupo do PESC com os quais também tive o prazer de trabalhar: André, Bethânia, Bruno, Elaine, Lucas e Ludmila. Aos bons amigos que fiz dentre os pós-graduandos em economia da FEA/USP, da minha turma ou não, cujos nomes não mencionarei para não correr o risco de fazer injustiça a alguém, mas sem os quais seria muito mais difícil e penoso o percurso até o final desse trabalho.
This article investigates what type of nominal price rigidity there is in Brazil by testing if there are different price responses to sector-specific, monetary policy, and exchange rate shocks. We estimate the effects of these shocks on disaggregated prices of the Brazilian consumer price index (IPCA), from 1999 to 2011, using a factor-augmented vector autoregressive model (FAVAR). There is innovation in the Bayesian technique used to estimate the model, which allows for the consistent imposition of priors directly on the parameters of the structural form of the model and the use of sign restrictions in the impulse responses to identify the model. We combine the Gibbs sampling procedure developed by Bernanke, Boivin, and Eliasz (2004) to estimate a FAVAR with the Gibbs sampling procedure developed by Waggoner and Zha (2002 and 2007) to estimate a Bayesian structural vector autoregressive model (BSVAR). The main results are: (i) series-specific shocks are the main determinants of variances in highly disaggregated price series, but macroeconomic shocks have more influence over aggregated series; (ii) macroeconomic shocks are more persistent than series-specific shocks; (iii) almost all the signs of the price responses to monetary and exchange rate shocks are the ones predicted by the theory; and (iv) the magnitude of the responses to monetary and exchange rate shocks are heterogeneous across sectors.
ConteúdoO trabalho busca aprofundar as investigações empíricas relacionadas aos efeitos assimétricos de choques monetários na economia brasileira. Como instrumental de análise, utiliza-se um modelo vetorial não linear de transição suave para variáveis relacionadas ao produto, às taxas de inflação e de câmbio e ao indicador de política monetária. As funções de resposta a impulso estimadas apontaram que choques monetários expansionistas e contracionistas têm efeitos assimétricos sobre o crescimento do produto e a inflação. Quanto ao ciclo econô-mico, choques monetários contracionistas mostraram maior impacto em regimes de menor crescimento ou inflação baixa, enquanto os choques expansionistas predominaram em períodos de maior crescimento ou inflação alta. Ademais, evidencia-se a rigidez da inflação e do crescimento do produto aos choques contra cíclicos.This paper attempts to extend empirical investigations about the asymmetric effects of monetary shocks in the Brazilian economy. We specify and estimate a nonlinear smooth transition vector autoregressive model * Os autores agradecem: a Charles Weise e a Nathan Balke, pelo envio dos códigos de programação relativos à estimativa e inferência de modelos vetoriais não-lineares; e aos comentários e sugestões do parecerista (anônimo) que avaliou uma versão anterior do trabalho. Os erros remanescentes são de responsabilidade dos autores.
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