Partindo da constatação que os níveis médios de corrupção nos países da África lusófona apresentam valores relativamente mais baixos do que os seus congéneres da África francófona e anglófona, o presente artigo analisa esta questão à luz de uma abordagem que assenta num quadro teórico mais clássico: o neo-institucionalismo. Neste contexto, explorou-se a hipótese segundo a qual os legados coloniais (entendidos enquanto conjunto de instituições formais e informais herdadas das antigas potências colonizadoras após os processos de descolonização) desempenham um papel relevante na explicação dos níveis de corrupção dos países da África subsaariana. Por outro lado, procurou-se também perceber se estes legados apresentam algum elo com os elevados níveis de pobreza humana que existem nestes Estados. Os testes estatísticos exploratórios que levámos a cabo mostram que a variável legado colonial aparece significativamente relacionada com os níveis de corrupção, ao passo que não existe qualquer relação com os níveis de pobreza humana. Conclui-se, pois, que parece existir uma especificidade no caso da África lusófona, convidativa do ponto de vista da realização de análises futuras mais aprofundadas.Palavras-chave: corrupção, pobreza, desigualdade social
Résumé Cet article aborde la relation entre démocratisation et développement de la société civile au Portugal durant la période 1974-2010. Dans notre analyse, nous argumentons sur le fait que les différents modèles historiques de mise en œuvre des politiques publiques ont façonné les modèles du développement associatif durant la période démocratique. Lorsque les politiques sociales, ainsi que la création d’institutions politiques (et de régulation) affectant les sous-secteurs associatifs, ont été favorables aux organisations de la société civile, ces dernières se sont épanouies. De la sorte, sur le long terme, les organisations de la société civile ont vu leur pouvoir s’accroître chaque fois que les institutions et les politiques menées durant la période de transition ont pris en compte les pressions exercées par la société, traduisant de ce fait une relation plus consensuelle entre les élites et les masses.
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