Resgatam-se as referências presentes no texto de Freud (1919/1997) sobre o estranho para discutir a participação delas na formação desse conceito, enfatizando-se as obras literárias. Além dos textos de Hoffmann, são comentados os trabalhos de Schnitzler, Schiller, Heine, Goethe, Schaeffer, Ovídio, Twain, Dante, Shakespeare, Anderson, Heródoto, Wilde, Schelling, Jentsch, Kammerer e Selligmann. Localiza-se em “O estranho” uma inflexão do uso da literatura na investigação analítica, de onde resulta uma abordagem ampliada da estética. A partir da aproximação com a etimologia, salienta-se o caráter intraduzível desse conceito e sua dinâmica psíquica própria, que se desenrola entre o já sabido e o não reconhecido. Aponta-se nesse sentimento três dimensões correlatas e indissociáveis - psíquica, cultural e heurística -, cada uma delas remetendo a um sentido do diabólico em Freud.
Este artigo se detém no estudo comparativo da tradução de poemas de Age de Carvalho para o alemão, e de seus originais, realizada por Curt Meyer-Clason, e publicadas na edição bilíngue Sangue-Gesang, de 2006, na Alemanha, detendo-se na apresentação minuciosa do tradutor alemão e na análise dos problemas tradutórios por ele enfrentados. Através do estudo das escolhas realizadas e em cartas trocadas entre o poeta brasileiro e seu tradutor, o artigo acompanha o desenvolvimento de imagens, evocações e alusões da tradução em relação ao seu original e como o Meyer-Clason põe em prática uma traduç ão literal que situa o leitor o mais próximo do texto-fonte.
O romance La larga marcha (1996), de Rafael Chirbes, faz parte de uma trilogia sobre a época crucial da Guerra Civil Espanhola. O livro focaliza o período do franquismo e dedica uma ênfase maior à chamada transição para a democracia durante os anos 1960. Como uma metáfora da paralisação de um país inteiro, encontramos nas suas página frequentemente uma iluminação crepuscular sem sol. Um fato que lembra o famoso quadro Guernica, de Pablo Picasso. Como no quadro, onde uma lâmpada mal ilumina um grupo de animais e seres humanos, todos eles torturados ou em agonia, também no livro de Chirbes a lâmpada tem uma função pouco consoladora.
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