Este artigo consiste em uma análise bibliográfica na qual utilizamos a revisão integrativa de literatura como método de pesquisa para pensar como a temática de HIV/aids atravessa a formação docente brasileira. Os descritores “capacitação de professores”, “aids”, “HIV”, “professores escolares”, “ensino”, “formação docente” e “formação inicial” foram pesquisados nas seguintes bases de dados: BVSalud, Edubase, Educ@, Google Acadêmico e Scielo. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos, ensaios e relatos acadêmicos, publicados entre julho/2011 e julho/2021 disponíveis na íntegra, classificados como open access, em português. A busca resultou em 9169 publicações e, após cuidadosa apreciação, selecionamos vinte e seis textos para a leitura e sete para comporem a análise qualitativa. A partir deles, percebemos que a temática de HIV/aids é trabalhada principalmente na formação de profissionais da saúde, sendo invisibilizada e pouco presente nas licenciaturas brasileiras e na formação inicial de professores do ensino básico.
Palavras-chave: HIV/aids. Educação Superior. Formação de Professores. Ensino. Sexualidade.
Resumo Este ensaio pensa nas tramas e nas educações que permeiam o corpo através das linhas entre vida, morte, saúde e doença, focando na aids como um dispositivo que entremeia e é entremeada por estas múltiplas facetas de uma existência. Utiliza-se a cartografia como caminho de pesquisa e dialoga-se com autores como Gilles Deleuze, Michel Foucault, Félix Guattari, Suely Rolnik e Néstor Perlongher. Inicialmente, reflete-se nas conexões e nos atritos entre vida, morte, saúde e doença. Secundariamente, foca-se no conceito de dispositivo e na aids como um dispositivo. Por fim, mobilizam-se as linhas, os desejos, os tesões e as tensões que permeiam vidas afetadas pela epidemia de HIV/aids, como também em fugas, resistências e educações menores.
Em territórios pandêmicos, os limites entre vida e morte tornam-se mais tênues. A pandemia de COVID-19 deixa centenas de milhares de mortos no mundo e, dentre eles, levou o pai do primeiro autor, gerando marcas-ferida que moveram a escrita deste texto. A partir das marcas, utilizamos a cartografia para percorrer os territórios de vida e morte em contextos pandêmicos, dialogando com autores como Deleuze, Guattari, Rolnik, Foucault e Mbembe. Primeiramente, movidos pelas marcas e marcas-feridas, pensamos nos acontecimentos, na morte e nos lutos. Depois, aprofundamos na análise dos territórios pandêmicos ao observar as tramas de controle da vida e da morte, apoiados nos conceitos de biopolítica, necropolítica e necrobiopolítica. Na parte final, pensamos em linhas de fuga que permitam escapar na dureza destes tempos: escapar rizomando como formas de existência, resistência e re-existências.
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