Com base nas perspectivas dos estudos descoloniais e da teorização da crítica biográfica fronteiriça, o presente trabalho toma a atuação dos agentes migratórios do estado mexicano de Chiapas como o ponto de partida para discutir o funcionamento da geopolítica na atualidade. Para tanto, o texto afirma que existe uma relação muito estreita entre o racismo e as articulações geopolíticas adotadas pelo imperialismo. Em uma palavra defendemos que a geopolítica, tal como começou a ser estruturada no século XIX pela Grã Bretanha e desembocou no que conhecemos hoje com a atuação dos Estados Unidos, só foi ou é possível propulsada por sentimentos racistas. Portanto, faz-se necessário descolonizar a geopolítica a qual está imersa a uma compreensão racista (ou dualista) de mundo.
Os direitos de edição e publicação foram cedidos à Editora Ecodidática. Esta obra está licenciada por uma Licença Creative Commons: Atribuição-NãoComercial-Sem Derivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND). Disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Práticas educativas : Educação 370.71
Pelo viés da crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2013), o presente trabalho pretende evocar espaços de caráter autobiográfico partindo de um espaço ficcional. Trata-se do palácio/cartel da novela Trabajos del reino, uma metáfora que toma as proporções de um arquivo que se abre ao Sul. Contudo, teorizo a partir de meu bios, pautando na premissa que – em uma perspectiva descolonial – o espaço prevalece à noção do tempo. A fim de remontar minhas vivências e experiências pessoais, ao invés de fazer um percurso cronológico e temporal, divido este texto em três espaços simbólicos: o palácio; o castelo e a casa. Espaços que me constituem como um sujeito que habita a fronteira do sistema mundial colonial/moderno. Para tanto, a discussão será ilustrada com passagens da novela Trabajos del reino do escritor mexicano Yuri Herrera (2004). Empreendo, assim, uma busca que culminará em um espaço autobiográfico ligado ao nome que remete à minha identidade; em suma, um espaço, como tantos outros, que se perde e se resgata ao Sul. Palavras-chave: Literatura. Fronteira. Espaços. Autobiografia. Arquivo.
Este trabalho propõe uma leitura descolonial acerca da função das línguas modernas na consolidação de paradigmas eurocêntricos impostos ao mundo. Para tanto, partiremos de impressões pessoais (lançando mãos da teorização da crítica biográfica fronteiriça) sobre a língua portuguesa falada em âmbito fronteiriço. Em seguida, abordaremos o discurso classificatório que serviu para “inventar” categorias, anular línguas e consolidar um padrão de poder fundamentado nos preceitos do cristianismo e articulado em línguas europeias coloniais/modernas. Em um terceiro momento, traremos à luz o percurso narrativo que fez do ocidente o centro do mundo. Sendo assim, enfatizaremos as narrativas que constituíram um ideal eurocêntrico, articuladas não só por meio dos discursos classificatórios, mas, também, pelas retóricas da modernidade e, principalmente, pelo sentido eurocêntrico dado a uma história nomeadamente “oficial” que se pretendera universal. Por fim, concluímos que só uma contra-narrativa de cunho descolonial pode dar conta da realidade fronteiriça e criar outras formas de pensar o mundo. Em suma, sustentamos que somente resgatando epistemologias silenciadas será possível novas alternativas, agora mais urgente que nunca, para a humanidade que, em nome da modernidade, embrenhou-se pelo caminho da morte.
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