Resumo Este artigo analisa características e mudanças na agricultura familiar do Vale do Jequitinhonha nas primeiras décadas do século XXI, tendo como parâmetros a relação desse grupo com a economia rural da região e suas estratégias de reprodução ao longo do período, observando aspectos agropecuários contemporâneos na região. Utiliza-se, para isso, da conciliação de informações colhidas na pesquisa bibliográfica e nos dados censitários. Os resultados apontam para uma queda relativa no número de estabelecimentos da agricultura familiar, acompanhada por uma grande diversidade de estratégias para obtenção de meios de vida, marcadas pela produção, autoconsumo e venda de produtos alimentícios, assim como por estratégias coletivas de ocupação e acesso a programas públicos. Percebe-se, também, a diminuição da participação da renda oriunda da produção vegetal e o aumento da participação da aposentadoria rural no portfólio de receitas das famílias.
As ideias em torno do desenvolvimento se fundamentam em diversas perspectivas e estruturas no campo político e científico. Um fator comum encontrado pelos teóricos desenvolvimentistas é que o processo de transformação de uma sociedade acontece de forma multidimensional e é impactado por uma série de variáveis. Amartya Sen é um dos principais economistas a fundamentar uma teoria política de desenvolvimento multidimensional, pautada na ideia de que o desenvolvimento deve ser entendido como um processo de expansão das capacidades humanas, criando assim o termo “desenvolvimento como liberdade”. Dentro do grupo de perspectivas multidimensionais, o desenvolvimento territorial também se tornou orientação para um processo que ultrapasse a lógica unidimensional e alcance fatores objetivos e subjetivos, que incidem sobre o desenvolvimento, servindo como base para políticas públicas no Brasil. Desse modo, o presente trabalho procura fazer uma análise das políticas de desenvolvimento territorial no Brasil do século XXI, e relacionar de que forma o marco referencial dessas políticas se alinham com a proposta de desenvolvimento como liberdade proposta por Sen. Observa-se que capacidades relacionadas à liberdade política, liberdade civil, preservação das identidades socioculturais e ambientais, entre outras, foram contempladas pela proposta política territorial, convergindo diferentes atributos teóricos do desenvolvimento multidimensional.
A primeira década dos anos 2000 foi marcada por inúmeros avanços sociais no Brasil. Contudo, observa-se que as desigualdades regionais continuaram pertinentes, tanto no país, quanto nas unidades federativas, sendo que as regiões Norte e Nordeste foram as mais beneficiadas por esses avanços. Este trabalho teve como objetivo calcular um Índice de Ausência de Vulnerabilidade Social, sob duas perspectivas diferentes: desenvolvimento humano e vulnerabilidade dos indivíduos para o estado de Pernambuco. A análise dos resultados permite constatar avanços obtidos e como esses avanços são ilustrados nos resultados de cada perspectiva, além de permitir a visualização das mudanças socioeconômicos em termos regionais a partir de mapas temáticos que indicam os resultados dos municípios. Por fim, esse Índice constitui uma forma de priorizar e definir critérios na elaboração de políticas públicas para o estado de Pernambuco.PALAVRAS-CHAVE: Vulnerabilidade Social. Desenvolvimento Humano. Índice Multidimensional.
Este artigo busca estudar as decisões dos jovens de 18 a 24 anos do sexo masculino entre estudar, pertencer à pea ou alocar o tempo de outra maneira. A análise compreende o período entre 2002 a 2015, baseada nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, quando esta tem sua série encerrada. Aplicada a seis regiões metropolitanas do país, a saber, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, os resultados apontam taxas de desocupação e de inatividade mais expressivas para jovens residentes nas regiões metropolitanas de Recife e de Salvador enquanto Porto Alegre figura com as menores taxas. Diferenças ainda mais evidentes ao se considerar a escolaridade dos jovens, com destaque para o grupo de 8 a 10 anos de estudo, no qual a taxa de inatividade da região metropolitana do Rio de Janeiro se destaca entre as mais altas. O emprego de matrizes de transição mostra um aumento na alocação do tempo em não estudar e não pertencer à população economicamente ativa (pea), com maior expressão para as regiões metropolitanas do Nordeste. Além disso, estimativas para cada região de um modelo logit multinomial, considerando a possibilidade de o jovem pertencer à pea e estar estudando, pertencer à pea e não estudar, não pertencer à pea e estudar e, ainda, não pertencer à pea e não estudar no período atual, mostram uma dependência temporal significativa da posição na qual ele se encontrava no ano anterior, evidenciando dificuldades para realizar transições, principalmente para aqueles que não se encontram na pea e não estudam. Jovens pretos e pardos, na condição de filhos, com menores níveis de escolaridade apresentam maior probabilidade de não pertencer à pea e não frequentar a escola. Fatores macroeconômicos contribuem para esse comportamento no período mais recente.
O presente trabalho busca analisar o comportamento da pobreza, nas macrorregiões brasileiras, nos anos de 2005 a 2019, tendo como referência a Abordagem das Capacidades, uma das principais bases teóricas a fundamentar uma visão alternativa da pobreza, com olhar às privações que inibem o desenvolvimento humano. Para isso, calcula-se o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) para os espaços rurais e urbanos e estima-se Modelos Logit para captar efeitos categóricos da pobreza sobre esses espaços. Os resultados apontam queda na pobreza multidimensional em todas as macrorregiões, no entanto, com diferentes dinâmicas entre pobreza de renda e multidimensional e padrões específicos entre regiões e os espaços rural e urbano. Percebe-se que, ao analisada por diferentes privações, a probabilidade de ser pobre é mais persistente e, de certa forma, mais intensa, nas áreas mais vulneráveis do país, em especial, atingindo a população das áreas rurais do Norte e Nordeste brasileiro.
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