Os processos ecológicos, compreendidos a partir do desenvolvimento científico e tecnológico e das práticas integrativas do conhecimento no século XXI, incluíram a complexidade dos ecossistemas à discussão do planejamento urbano e regional. Assim, a concepção de espaço social tem, no território, uma de suas múltiplas faces, o que permite a reflexão da dinâmica da paisagem em sua essência física, material, objetiva e categorizável, bem como emsua essência simbólica, experimental e processual, ou seja, em sua profundidade cultural. Nesse contexto, o Planejamento Ambiental se coloca como um entrelaçamento inter, multi e transescalar do planejamento sob o enfoque dos ecossistemas urbanos, dos agroecossistemas e dos ecossistemas naturais, buscando preservar a heterogeneidade da paisagem e sua diversidade social, funcional e tipológica. Nesta discussão, objetiva-se realizar uma análise das qualificadoras tipo-morfológicas da paisagem urbana: o desenho da paisagem, a estrutura morfológica, os conflitos socioambientais e os padrões de ocupação.Elaborado por meio de pesquisas qualitativas e quantitativas, o método aplicado se estruturou a partir de mapeamentos, de levantamentos de campo e de oficinas de trabalho realizados com base no sistema de categorização e de análise da paisagem utilizada pelo grupo de pesquisa Sistema de Espaços Livres da Universidade Federal do Rio de Janeiro eLaboratório Quadro de Paisagismo do Brasil II da Universidade de São Paulo. Os resultados da análise tipo-morfológica remetem a uma nova agenda de pesquisa e de trabalho no que tange à compreensão e à contextualização dos elementos que compõem o sistema de espaços livres, a partir dos processos de origem, dos padrões de acessibilidade ao meio urbano, das dinâmicas de prática social, bem como dos atributos perceptivos, paisagísticos e socioculturais, para sua efetiva sistematização em prol da qualidade ambiental e de vida nos núcleos urbanos.