<p>http://dx.doi.org/10.5007/1984-9222.2011v3n6p176</p><p>Este artigo pretende reconstituir as experiências de trabalho de retirantes e trabalhadores de ofício no contexto das grandes obras de socorro público no Ceará durante as secas da passagem do século XIX. Discute principalmente as relações estabelecidas no cotidiano de trabalho entre sertanejos e trabalhadores qualificados, observando suas diferenças e a troca de experiências na luta operária.</p>
O texto discute os conflitos ocorridos durante a greve dos construtores da via férrea na cidade de Baturité em 1° de outubro de 1888, em um ano de seca. Modalidade de luta consagrada da classe operária, a greve inseria-se na trajetória dos trabalhadores engajados nas obras de socorros públicos, acionadas durante as secas como uma forma encontrada pelos retirantes para pressionar engenheiros e agentes do governo. Analisar a greve dos operários do prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité na seca de 1888 no contexto de sua formação de classe é a principal intenção do presente artigo.
O artigo discute aspectos conflitivos de uma composição heterogênea de trabalhadores recrutados pela companhia norte-americana P & T Collins em 1878, responsável por construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Com sede na Filadélfia, a companhia deslocou até Santo Antônio do rio Madeira centenas de operários de diferentes nacionalidades. As péssimas condições de estadia, falhas no pagamento de salários, doenças mortais, ataques de índios contra os acampamentos, castigos físicos, entre outros fatores, despertaram protestos e levaram trabalhadores a abandonar as obras. Apesar das divergências culturais, ações comuns de resistência envolveram essa composição internacional de trabalhadores e seus protestos alcançaram os jornais e despertaram a solidariedade em diferentes pontos do continente.
Resumo Este artigo visa mostrar como uma plebe heterogênea, composta por povos indígenas, brancos pobres, negros e mestiços, livres e escravos, envolveu-se ativamente nos principais movimentos que marcaram as lutas da independência no Ceará. Observar a participação dessas camadas subalternas de sertanejos nos conflitos armados, por vezes sujeitados a recrutamentos forçados, outras se engajando voluntariamente nas tropas oficiais ou rebeldes, possibilita entender como suas experiências como soldados, fugitivos dos recrutamentos ou desertores, proporcionaram a articulação de causas comuns em nome da liberdade, forjando outros sentidos da independência.
Era ansiosamente esperada a volta de A miséria da teoria às livrarias brasileiras, visto que os últimos exemplares de uma primeira edição da antiga Zahar Editores já há muito tempo tornaram-se raridades. Foram quarenta anos de espera! Sirva de consolo termos agora uma edição mais completa e melhor traduzida. Desta vez, a Editora Vozes não descuidou de incluir todos os ensaios reunidos por E. P. Thompson (1924Thompson ( -1993 para a edição original inglesa de 1978. Na verdade, o novo exemplar baseou-se numa edição mais recente, lançada em 1995, pouco tempo após a morte do autor, sob os cuidados da companheira Dorothy Thompson (1923Thompson ( -2011. É dela o revelador prefácio também inserido na nova edição brasileira.Sabe-se bem que A miséria da teoria, ensaio apaixonado e de grande inspiração, constitui a mais potente declaração de princípios teóricos e políticos da vasta obra de Thompson. Seu surgimento deveu-se à emergência da filosofia estruturalista de Louis Althusser (1918-1990, intelectual ligado ao Partido Comunista Francês cuja leitura da obra de Marx adquiriu um grande número de adeptos em vários países. Para o filósofo francês, haveria na trajetória intelectual de Karl Marx um verdadeiro corte epistemológico fundante de uma nova filosofia revolucionária: o materialismo dialético. Althusser rejeitava os temas humanistas e hegelianos presentes especialmente nas obras de juventude de Marx. Somente em sua maturidade, especialmente quando escreveu O Capital, Marx teria se livrado das influências ideológicas dos primeiros anos, tornando o materialismo dialético uma verdadeira ciência. Althusser delimitava o marxismo como uma "prática teórica" avessa às pressões da realidade.
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