Introdução: A realidade dos estudantes de medicina os leva a buscar estratégias de enfrentamento, que são diferentes formas de lidar com situações estressoras, visando melhorar a saúde mental. Contudo, a pandemia de COVID-19 modificou drasticamente este contexto, pelo estresse gerado, pela limitação do uso de estratégias e pela implementação do ensino híbrido no curso de medicina. Objetivo: Avaliar as estratégias de enfrentamento ao estresse de estudantes do ciclo básico de medicina, correlacionando com o nível de estresse dos alunos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, de caráter qualitativo e quantitativo, aplicando-se a escala de estresse percebido e o inventário de comportamento de enfrentamento a alunos dos primeiros dois anos do curso de medicina, avaliando as estratégias mais utilizadas e comparando-as com o estresse percebido e com variáveis sociodemográficas, cuja análise foi feita com ANOVA, qui-quadrado e regressão múltipla, considerando significância de 5%. Resultados: Ao todo, 150 respostas foram obtidas. As estratégias mais utilizadas foram resolução, otimismo e transferência, mais prevalentes no 4° semestre, turma que apresentou relativamente menos estresse. O evitamento, apesar de menos utilizada na amostra, foi mais recorrida no grupo com estresse alto e apresentou uma relação positiva com esta variável, em contraste com resolução e otimismo, com relação negativa e menos usadas em altos níveis de estresse. Houve uma relação significativa entre religião e a resolução, com maior uso desta estratégia entre evangélicos e espíritas em comparação com agnósticos e sem religião. Conclusão: A pesquisa conclui que resolução e otimismo foram estratégias mais empregadas pelos estudantes e são potencialmente funcionais, enquanto o evitamento, apesar de menos utilizado, é potencialmente disfuncional para o controle do estresse. Os achados deste estudo, no cenário atípico de pandemia, devem orientar pesquisas futuras dentro deste tema.
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