Este relatório é resultado de uma pesquisa vinculada ao Projeto Ser Tão Forte: Desenvolvimento Sustentável apoiado pela Chamada CNPq/MDA/SPM-PR Nº 11/2014 - Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial (Processo CNPq nº 463080/2014-9). O estudo ora desenvolvido objetivou analisar como o acesso às políticas públicas por grupos produtivos de mulheres rurais possibilita o processo de empoderamento e politização dessas mulheres.
Este trabalho está vinculado ao Projeto Ser Tão Forte: Desenvolvimento Territorial Sustentável, apoiado pela Chamada Pública CNPq/MDA/SPM-PR Nº 11/2014 - Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET). A análise realizada teve como cenário o município de Cícero Dantas, integrante do Território de Identidade Semiárido Nordeste II. A população deste município é de 32.300 habitantes, segundo estimativa da SEI (2012), distribuídos em uma área territorial de 673,00 Km².O presente estudo consiste no mapeamento de grupos produtivos de mulheres rurais de Cícero Dantas com objetivo de verificar como se organizam e de que forma esse processo contribui em prol da equidade de gênero, uma vez que esta atividade possibilita a essas mulheres inserção no mercado e venda dos seus produtos e a busca por autonomia financeira. A formação dos grupos produtivos potencializa o acesso às políticas públicas específicas para mulheres.Sabe-se que muitas mulheres atuam na agricultura familiar, entretanto a condição feminina impõe o exercício da dupla jornada, a qual é permeada pela invisibilidade. Siliprandi e Citrão (2011) explanam que as mulheres rurais sempre atuaram na agricultura com seus familiares, mas não tinham seu trabalho reconhecido, este era visto como uma extensão do trabalho doméstico. As poucas oportunidades existentes para as mulheres nos espaços públicos e a baixa inserção delas em programas do governo demonstram a gravidade da situação vivenciada por elas. Entretanto, a partir das lutas contra a discriminação e preconceitos na sociedade, através dos movimentos de mulheres e movimentos feministas, estas passam a ocupar diferentes espaços e ter lentamente suas conquistas, mas ainda não o suficiente para eximir a invisibilidade que perpassa suas atividades produtivas.É interessante salientar a existência de um não reconhecimento destas atividades, bem como da presença feminina nos espaços políticos. Para Costa (1998), o sujeito político e os movimentos sociais são discutidos de forma assexuada, demonstrando a participação ativa de mulheres, o que colabora para a invisibilidade.Conforme Costa (1998), quando as mulheres estão engajadas em grupos produtivos e ao conquistarem independência financeira, há uma elevação da autoestima e diminuição do estresse, pois não estão restritas apenas ao âmbito privado e não dependem exclusivamente de seu companheiro. Além do mais, a existência desses grupos é importante, pois coletivamente as mulheres possuem melhores condições de reivindicarem reconhecimento e participação no mercado de trabalho. Outro fator relevante para a visibilidade feminina é a existência e o acesso às políticas e programas sociais, resultado de uma agenda de reivindicações dos movimentos de mulheres.
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa realizada no município de Serrinha-BA, o qual apresenta de acordo com o IBGE (2010) uma população de 76.762 e densidade demográfica de 122,97 hab/km² e faz parte da Território do Sisal.O Armazém surge como uma proposta de inovação no âmbito da comercialização, a partir da constatação, pelos agricultores e agricultoras, da necessidade de uma central para revender seus produtos. A literatura destaca que as organizações surgem a partir de interações sociais, por meio da articulação e da associação de pessoas que se reconheçam por possuir objetivos ou necessidades comuns, procurando o seu fortalecimento pela organização e instrumentalização (REISDORFER, 2014).Pesquisar o Armazém da Agricultura Familiar foi uma escolha impulsionada pelo desejo de conhecer melhor um projeto piloto que ganha destaque, devido a sua participação no desenvolvimento das/dos agricultores da referida região, e promove a visibilidade, em especial, das trabalhadoras rurais.
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