Entendendo que generalizações sobre a pessoa cega durante o processo histórico, podem ser tidas como insipientes, já que o conceito de deficiência se relaciona a uma infinidade de fatores, neste relato objetivou-se discorrer sobre o processo histórico de inserção social da pessoa cega, nos períodos da Antiguidade Clássica, Antiguidade Oriental e Idade Média. Por um levantamento bibliográfico, percebeu-se inicialmente a limitação de referenciais, nacionais e internacionais, que versassem sobre a temática, motivo pelo qual a análise pautou-se, quase que somente, no volume de uma obra. Apresentou-se um panorama do período histórico da antiguidade no Egito, Mesopotâmia, China e Japão. Na antiguidade ocidental viu-se a Grécia e Roma. Além disso, a pessoa cega no mundo Islâmico mostra sua fantástica inserção social e educacional, bem diferente do que ocorreu na idade média europeia. Por fim, fala-se da cegueira na América Pré-Colombiana, com realidade muita próxima à do período Pré-Histórico. Notaram-se muitos contrastes, que vão desde as sociedades em que a morte e a mendicidade eram regras aplicadas aos cegos, às culturas como do Japão, onde existiram albergues e escolas para ensino de profissões a eles. Confirmou-se que, de fato, a concepção da pessoa cega durante o processo histórico varia de cultura para cultura, refletindo crenças, valores e ideologias, pelos quais são estabelecidos diferenciados modos de relacionamento entre esta e outras pessoas.