Resumo: Este artigo tem como objetivo evidenciar o Projeto Despertar pela Leitura, realizado no Complexo Penitenciário de Florianópolis no Estado de Santa Catarina, apresentando suas contribuições, no que tange à importância do ato de ler para os(as) reeducandos(as), o papel da biblioteca e do(a) bibliotecário(a) e a função do professor como orientador de leitura e sua prática metodológica. Para isso, esta pesquisa bibliográfica apresenta uma breve revisão de leis e de documentos oficiais que regem o Projeto no Brasil e, mais especificamente, no Estado de Santa Catarina em consonância com os estudos de Michel de Certeau (1998), Paulo Freire (1986, 1989), e Silva e Araújo (2003) para o embasamento teórico deste artigo.Palavras-chave: Despertar pela leitura; Educação em espaço de privação de liberdade; Formação de leitores; Remição pela leitura.
Este artigo propõe apontar os aspectos semelhantes, literários e sociais, entre o romance O Cortiço (1890), de Aluísio de Azevedo, e o álbum musical Sobrevivendo no Inferno (1997), lançado pelo grupo de Rap Racionais MC's. Para desempenhar tal proposta, foi realizada, primeiramente, uma apresentação do movimento Naturalista e do gênero musical Rap, procedida pela análise dos discursos, traçando possíveis comparações no que se refere às características narrativas e ao retrato da dura realidade da vida em ambientes precarizados, seja no cortiço Cabeça de Porco, retratado por Aluísio de Azevedo, seja no distrito periférico do Capão Redondo, habitado pelos membros do Racionais MC’s. Apesar de apresentarem distinções qualitativas e de estarem inseridos em diferentes tempos e espaços, além de somarem décadas de existência, concluímos que tanto O Cortiço quanto Sobrevivendo no Inferno continuam descrevendo cenários que ainda fazem parte do Brasil atual e, por isso, mantêm a sua relevância para o meio literário e cultural.
Este artigo consiste na investigação de um habitus pedagógico de atendimento educacional em contexto de privação de liberdade, buscando desvendar as relações entre escolhas curriculares e o imperativo da inclusão escolar e social. O ponto de reflexão situa-se na análise de saberes e sujeitos envolvidos nesta práxis, centralizando os olhares para o devir docente. As análises partiram do enfoque da multirreferencialidade, utilizando metodologia qualitativa para elaboração de entrevista semiestruturada respondida por cinco professores que atuam no Complexo Penitenciário de Florianópolis, bem como uma bricolagem com documentos e fontes levantadas. Esse estudo permitiu compreender a centralidade de uma concepção emancipatória de educação para que se atinjam os objetivos da inclusão e ressocialização.
Este artigo tem como objetivo analisar o documento “Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (PNEE)”, instituído pelo Decreto 10.502 de 30 de Setembro de 2020. Teórico-metodologicamente o texto está ancorado na pesquisa de abordagem qualitativa à luz dos estudos de Foucault (1985, 1988, 1995, 2002, 2008, 2010, 2014), Rodrigues (2006) e Veiga-Neto e Lopes (2007). A análise aponta que a Política Nacional não apresenta alinhamento com o atual debate acerca da educação inclusiva e que o documento fere princípios dos direitos das Pessoas com deficiência, reforçando um modelo segregador de educação especial e incentivando o atendimento dessas pessoas em centros especializados, escolas e classes especiais, retomando uma perspectiva excludente pautada no modelo médico de deficiência.
Este artigo tem como objetivo refletir sobre algumas questões inerentes à relação educador/educando, trazidas nas obras de Paulo Freire. Os conceitos de emancipação intelectual, comunicação dialógica e igualdade, trabalhados por nosso patrono da educação e abordados neste estudo, encontraram interlocução no pensamento de Joseph Jacotot, educador francês do início do século XIX, com quem buscamos paralelos. Sabendo que a educação e a política norteiam a obra de ambos os educadores, o recurso metodológico adotado foi a pesquisa bibliográfica, mobilizada a partir de aportes teóricos como Rancière (2015), Kohan (2017; 2019), Masschelein e Simons (2013), os quais abordam a filosofia para pensar a educação, a política, a igualdade e a emancipação. As conclusões apontam o compromisso político dos educadores analisados com a emancipação intelectual e a libertação dos sujeitos por meio da educação, apresentando caminhos de resistência e enfrentamento ao conservadorismo que afronta a educação, o educador e a escola.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.