Neste artigo propomos uma reflexão sobre a educação escolar indígena, a preservação das línguas originárias e os documentos oficiais que asseguram às comunidades indígenas uma educação escolar diferenciada, especialmente por percebermos que tais documentos não garantem às comunidades indígenas aportes didáticos que escapem às prerrogativas estritamente culturais ou integracionistas com sentido salvacionista colonial. Para tanto, realizamos uma análise bibliográfica e um levantamento documental de dois extremos do Brasil, o Estado de Roraima (Norte do país) e de Santa Catarina (Sul do país), no que tange aos documentos normativos sobre educação escolar indígena, a fim de discutir sobre como é possível, a partir dos documentos oficiais que amparam e legalizam a educação escolar indígena, (re)criarmos novos discursos que possam incluir a pluralidade linguística e discursiva dos povos originários, considerando tais documentos como instrumentos de políticas linguísticas educacionais.
Este artigo tem como proposta abordar a temática da eficácia simbólica do xamanismo, na buscar da cura de seus sujeitos envolvidos, bem como levantar questões sobre o silenciamento desses sujeitos originários em favor das práticas de cura cientificistas, logo, de poder. Temos como suporte os pressupostos metodológicos da Análise do Discurso, que estuda a língua não só no seu aspecto linguístico, mas também na sua relação com questões sociais, portanto, no extralinguístico. O método envolverá a análise discursiva em entrevistas e das formas de transmissão e práticas do ritual xamânico, este inferido na região amazônica em recortes dos sites de veículos noticiosos (on-line) Portal Mongabay, National Geographic e G1. Buscamos identificar, na contemporaneidade, a resistência dessa prática e como ela é vivenciada, mesmo que subjugada e ignorada em favor das práticas de cura trazidas pelo colonialismo, com seu cientificismo e suas religiões, por serem de fontes empíricas. Os resultados mostram que os indígenas sofrem o silenciamento e o descaso por não terem acesso a hospitais, pois a COVID-19 é uma doença nova e requer cuidados específicos. Seguimos os subsídios teórico-metodológicos da Análise do Discurso para o silenciamento em Orlandi (2009). Especificamente para práticas xamânicas, nos baseamos em Maués (1994, 2007).
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