Resumo Neste artigo pretendo apresentar alguns dos resultados de uma pesquisa de pós- -doutoramento, na qual acompanhei grupos virtuais e encontros presenciais de interlocutores adeptos de práticas sexuais tidas como “de risco”, tais como o sexo bareback, em eventos exclusivos para homens cisgêneros. O objetivo aqui é analisar um certo regime de regulação ético-moral percebido em campo relativo à preocupação de se afirmar que essas práticas sexuais partem de valores como a “responsabilidade”, o “consentimento” e o “cuidado”. Nas dinâmicas observadas, esses valores se (re)constroem e fissuram a partir do atravessamento de elementos diversos como drogas e medicamentos, além de diversos tensores libidinais. É sobre a produção contextual desses conceitos e a sua relação frente às atuais políticas pública de prevenção que pretendo me debruçar no artigo.
A proposta de se levar a sério a maneira como a corporalidade e os fluidos corporais são elementos significativos em determinados contextos ainda é relativamente recente na ciência antropológica. Este artigo é uma contribuição nesse sentido, na medida em que procuro descrever e analisar como funciona uma certa erótica da fragmentação corporal e dos fluidos corporais masculinos em um contexto de práticas sexuais exclusivas para homens. A partir de dados produzidos em duas pesquisas etnográficas sobre encontros de grupos para práticas sexuais grupais ou coletivas aponto como "produtos" corporais tais como secreções, fluidos e excreções são atravessados aqui por diversos fatores (principalmente o de gênero) e entram em uma determinada circulação de "economia libidinal". Atento também para como essa circulação atravessa e distende noções de risco, nojo, repulsa, desejo e excitação.
Resumo Este artigo, resultado de uma pesquisa etnográfica sobre práticas sexuais coletivas entre homens, organizadas em espaços comerciais da cidade do Rio de Janeiro, busca analisar o desejo envolvido na busca de práticas em que a intensidade seja um elemento de destaque. Práticas estas em que o manejamento dos limites, o controle de si e a imersão em êxtases se apresentam como “tensores libidinais” (Perlongher 1987) e maneiras de pensar os chamados “limites da sexualidade” (Gregori 2010). Discuto aqui como essas práticas são atravessadas por questões como a violência, o consentimento, os chamados marcadores sociais de diferença, o cuidado com doenças e riscos inerentes a esses eventos, e que nesses contextos podem ser erotizados.
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