O presente artigo tem o intuito de provocar uma reflexão concernente à formação inicial do professor de Geografia com o enfoque para os saberes docentes e o modelo de formação universitária. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica e uma pesquisa documental visando fundamentar as explicitações teóricas empreendidas. Diante do paradigma dominante na universidade, assentado na perspectiva da ciência moderna, observam-se alguns limites para a formação de educadores capazes de lidar com a complexidade do contexto escolar contemporâneo, como a visão dicotomizada entre teoria e prática, o modelo aplicacionista e a desconsideração do caráter afetivo do trabalho docente. Repensar a formação inicial remete ao questionamento constante sobre a visão de ciência e de ensino predominante em âmbito acadêmico. Portanto, a mudança do paradigma da modernidade para o da ciência pós-moderna constitui um caminho profícuo ao pautar-se na racionalidade prático-reflexiva, na integração entre os saberes, na consideração de incertezas e na articulação entre razão e emoção. Uma formação docente baseada nestes princípios poderá contribuir para o desenvolvimento de um ensino de Geografia com cor e sentido aos educandos.
A pesquisa em ensino de Geografia escolar no Brasil tem se fortalecido nas últimas décadas e revelado a importância de repensar as práticas educativas desenvolvidas a fim de que se tornem significativas, de fato, para os sujeitos da aprendizagem. Nesse sentido, parte-se da perspectiva que a discussão meramente metodológica não é suficiente. É necessário ir às raízes do fazer docente. Assim, o presente artigo apresenta uma reflexão teórica concernente à epistemologia do professor pautando-se fundamentalmente em Fernando Becker, o qual distingue os modelos pedagógicos e epistemológicos da Educação. Considera-se que, para além de uma crítica ao modelo pedagógico adotado pelo professor, é essencial uma crítica epistemológica. Portanto, repensar a prática de ensino em Geografia exige uma discussão epistemológica e pressupõe a formação de professores pesquisadores e reflexivos.
Este trabalho versa sobre a relação entre as memórias de ensino da vida escolar e acadêmica de licenciandos e professores formadores da licenciatura em Geografia. O distanciamento entre as memórias destes sujeitos (os primeiros atreladas às memórias de escola e os últimos, às memórias de academia) acarreta em uma formação fragilizada no tocante ao “ensinar a ensinar” e/ou “aprender a ensinar”. Assim, geram-se repercussões sobre o ensino de Geografia escolar, o qual tende a manter-se de forma tradicional e reprodutivista, assentado no saber da tradição pedagógica. Ao considerar a formação docente como um processo contínuo e permanente ao longo de uma vida, entende-se que as memórias de ensino escolar atuam na construção de representações sobre a docência e orientam as práticas pedagógicas dos sujeitos. O caminho metodológico adotado consiste em revisão bibliográfica voltada ao ensino de Geografia e à formação docente, além de referenciais do campo da pesquisa (auto)biográfica. Logo, propõe-se que dispositivos formativos como narrativas (auto)biográficas e memoriais sejam inseridos na licenciatura visando provocar a reflexão coletiva entre professores formadores e licenciandos sobre seus percursos formativos e suas memórias de escola com o intento de ressignificar a formação inicial e o ensino de Geografia nas instituições escolares.
Este artigo pretende realizar uma relação entre três epistemologias: apriorista, empirista e construtivista com a vida do professor. O foco será a epistemologia genética de Jean Piaget e sua potencialidade para o estudo do espaço geográfico, tecendo uma reflexão entorno de concepções epistemológicas de educação que assentam as práticas pedagógicas dos professores de diferentes campos do conhecimento. Ao afirmar que a prática educativa se apóia em determinada concepção de educação, se torna necessário compreendê-las para melhor pensar nas trajetórias de uma vida docente que se preocupe em uma formação cidadã de meninos e meninas que dialogam conosco dentro do ambiente escolar.
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