A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela espiroqueta Treponema pallidum que pode ser transmitida de forma sexual e vertical, da mãe para o feto. A doença se apresenta em três estágios com sinais e sintomas variáveis. Lesão do cancro duro em região genital, referente à forma primária da doença, lesões eritematosas, maculosas e planas que atingem também mucosas periorais, como forma secundária, e a forma terciária ou tardia, é rara e apresenta período de latência, causando eventualmente necrose hepática, óssea, gonadal e dérmica. A sífilis congênita, outra forma da doença, pode causar prematuridade, hidropsia e óbito fetal além de sequelas em caso de vida da criança. OBJETIVO: Identificar, a partir de dados estudados, qual o cenário da infecção por Sífilis no Brasil em um período de cinco anos. Determinar quais pessoas estão adoecendo e as consequências diretas e indiretas dessa infecção. MÉTODOLOGIA: Foram utilizados dados do Painel de Indicadores Epidemiológicos, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil. Foram utilizados também dados da plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), foram considerados os dados dos anos de 2015 a 2019. A bibliografia utilizada foi pesquisada pelos descritores em inglês "syphilis' AND 'Brazil" e português "sífilis' E 'Brasil" nas plataformas PubMed, SciELO e Google Acadêmico e selecionadas a partir de fatores de inclusão e exclusão estabelecidos pelos autores. RESULTADOS: No período, foram registrados 594.896 novos diagnósticos de sífilis, com taxa de detecção média de 57,32 a cada 100mil habitantes ao ano. A doença foi encontrada majoritariamente em homens, com 59.48% dos casos. Em gestantes, foram registrados 245.180 novos casos e a taxa de detecção da doença foi de 16,72 por mil nascidos vivos. Os casos de sífilis congênita, no período, somam 116.427, com taxa de detecção de 7.9 casos por mil nascidos vivos ao ano. As internações por sífilis somam 817.534 dias, divididos entre 87.147 pacientes. CONCLUSÃO: Os novos diagnósticos de sífilis são alarmantes, especialmente considerando que a maioria dos pacientes são homens e que, culturalmente, há maior resistência nesse grupo a procurar atendimento médico, fator atribuído ao machismo. Assim sendo, infere-se crescente e imediata necessidade de ampliação das testagens e rastreios para sífilis e outras ISTs, bem como aumento das campanhas de prevenção e pesquisa de contaminação.
Costuma-se, por hábito cultural, associar câncer em pessoas do sexo feminino a mamas e colo do útero, entretanto, apenas em 2020, no Brasil, 74.7% das neoplasias em pessoas do sexo feminino foram em outros locais que não mamas ou colo do útero. Entre as mais prevalentes no mundo estão as neoplasias do trato gastrointestinal que, em 2020, representaram 12.7% dos cânceres em pessoas do sexo feminino no Brasil. Existe, de forma clara, desconhecimento desses dados especialmente entre a população que deveria, então, ser informada e conscientizada. Em contrapartida, é crescente o número de campanhas temáticas com meses e cores, que conscientizam repetidamente acerca de um único assunto, enquanto existem outros igualmente alarmantes que também merecem atenção. OBJETIVOS: Evidenciar o padrão de neoplasias em pessoas do sexo feminino, sua epidemiologia e características, a fim de identificar possíveis carências do sistema em ampliar o rastreio e diagnósticos de outras neoplasias. MÉTODOS: Estudo Transversal Descritivo e Retrospectivo dos anos de 2016 a 2020. Foram coletados dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH)/SUS e do Painel-Oncologia, ambos disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram considerados os dados exclusivamente de mulheres referentes às seguintes neoplasias malignas: do cólon; da junção retossigmóide, reto, ânus e canal anal; da mama e do colo do útero, carcinomas in situ da mama e do colo do útero. RESULTADOS: A média de novos casos de câncer em pessoas do sexo feminino, no período de cinco anos de que trata o presente estudo, foi de 63.952,4. Entre as oito patologias estudadas, as neoplasias malignas da mama e colo do útero detém, respectivamente, 55.89% e 20.02% dos casos totais. Em relação à faixa etária dessas pessoas, pessoas entre 55 e 59 anos foram as de maior incidência, com 12.55% dos registros. O padrão das neoplasias de acordo com a faixa etária varia, sendo o cólon o mais acometido entre as pessoas com menos de 20 anos. A neoplasia de colo de útero tem aumento significativo apenas a partir dos 20 anos, permanecendo aumentada até os 34 anos, além de ser a mais prevalente entre pessoas de 25 a 30 anos. Quanto à região do país em que foram feitos esses diagnósticos, o Sudeste detém a maioria deles, 44.79% e o Norte a menor parte, 4.55%. CONCLUSÃO: Há pouca conscientização da população e dos responsáveis por transmitir informação, acerca das neoplasias não mamárias ou uterinas que, com frequência, acometem pessoas do sexo feminino. Estudos mais complexos podem evidenciar os impactos que a baixa conscientização sobre outros locais em que se pode desenvolver câncer têm sobre a população. Faz-se necessário maior disseminação do conhecimento de que outras neoplasias também precisam ser, quando clinicamente proposto, rastreadas e prevenidas.
INTRODUÇÃO: Grave problema de saúde no país, a infecção pelo vírus da hepatite pode evoluir para hepatite aguda ou crônica, dependendo do vírus. Atualmente, estão disponíveis no Programa Nacional de Imunizaçãoes (PNI) dois imunobiológicos que garantem imunidade específica e duradoura para Hepatite A (HA) e Hepatite B (HB). Pelo Ministério da Saúde, a vacina para HA deve ser feita aos 15 meses em dose única e a para HB ainda na maternidade, nas primeiras 24h de vida.OBJETIVOS: Determinar a incidência de novos casos de HA e HB bem como a cobertura vacinal para as duas patologias em 10 anos no Brasil.METODOLOGIA: Foram coletados dados do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil, acerca de novos diagnósticos de HA e HB no país entre 2009 e 2018. Também foram avaliados os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) a partir de informações do PNI, no mesmo período quanto às imunizações aplicadas para HA e HB.RESULTADOS: Foram notificados 53473 novos casos de HA, no período estudado, com média de 5347.3 (±5572.7) casos/ano. As notificações são inferiores à média a partir de 2015, com menor número em 2016, com 1207. Quanto à HB, são 155062 novos casos notificados no mesmo período, média de 15506.2 (±1795.2) casos/ano. Não existe padrão de variação de notificações no período, entretanto a maior taxa de incidência se deu em 2011, com 8.7%, e a menor em 2017, com 6.9%. Quanto às imunizações, tem-se que foram aplicadas 142,020,901 doses entre HA e HB, distribuídas respectivamente em 9.53% e 90.47%.CONCLUSÃO: Os casos de hepatites seguem aumentando apesar da disponibilização de imunizantes. A partir dos números díspares entre as imunizações para HA e HB, pode-se inferir que a vacinação no período neonatal, ainda em ambiente hospitalar, garante maior cobertura e adesão, enquanto vacinas que devem ser aplicadas após certa idade, falham em alcançar todos os indivíduos, propiciando aumento de casos.
Objectives: To determine the existence of a pattern of women most frequently victims of physical violence in Brazil over a period of 10 years. Methods: Data from the DATASUS platform were collected on the records of domestic, sexual and other violence, registered by physical violence against female persons between 2009 and 2018. Data from the Violence and Accident Surveillance System on characteristics of the violent act against women were also collected. The Brazilian Institute of Geography and Statistics was also used to collect data from the National Household Sample Survey (PNAD). For bibliographic reference, the descriptors “Domestic and Sexual Violence against Women”, “Domestic Violence” and “Domestic Violence” were searched on virtual data basis and Brazilian articles that were published within the period of the present study were included. Results: There is a continuous and rapid increase in the first half of the study period, with a slight deceleration between 2014 and 2016, followed by a new jump in records from 2017. As for race, the largest numbers are white women, 348428, and browns, 308902. Black women represent 68.25% of the total records of domestic, sexual and other violence, with 8.3% of the total records of physical violence. Conclusion: It is possible to estimate that black women are not making complaints or possibly are not being seen with due care to make them. As it is data that depends on denunciation, which is often not carried out, the results need consideration regarding assertiveness and reflection of reality.
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 8 milhões de pessoas no mundo apresentam a doença de chagas, sendo que dessas cerca de 20 a 40% desenvolvem algum dano cardíaco. A cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) é uma cardiomiopatia inflamatória dilatada que apresenta um prognóstico negativo devido a elevada expressão de citocinas inflamatórias. A morbimortalidade na doença de chagas segue elevada devido a negligência, pois 20% dos infectados não têm acesso ao diagnóstico e tratamento da doença devido a estigmas e sintomatologia silenciosa, o que facilita o surgimento das sequelas. OBJETIVO: Analisar prevalência de citocinas plasmáticas e sua influência na morbimortalidade de pacientes com cardiomiopatia chagásica comparada a grupo controle indeterminado MÉTODOS: Foram coletadas informações no banco de dados PubMed e LILCAS, incluindo artigos originais em inglês e português, indexados pelos descritores DECs/MeSH: “Cardiomiopatia”, “Chagas”, “Citocinas”. Ao total, foram considerados 7 artigos, após aplicar o critério de exclusão de estudos clínicos com pequena amostra e publicados há mais de 15 anos, apenas 3 foram selecionados para essa revisão bibliográfica. RESULTADOS: Obteve-se após comparação de dados de exames plasmáticos que pacientes do grupo indeterminado apresentaram maior expressão de interleucina 10 (IL-10) comparada aos pacientes com CCC, associada com melhor funcionalidade cardíaca após avaliação da fração de ejeção e valores de diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo. Já os pacientes com CCC tiveram expressão mais elevada de interferon gama (IFN-γ) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), além de prevalência de linfócitos T Th1 no infiltrado inflamatório, que evidencia o dano tecidual e intensa fibrose, gerando alteração no ritmo cardíaco, insuficiência cardíaca congestiva e eventos tromboembólicos. CONCLUSÃO: As citocinas inflamatórias tem influência direta na gênese do infiltrado inflamatório e dano tecidual miocárdico na doença chagásica crônica gerando alterações na dilatação ventricular e uma série de desfechos de alta mortalidade quando comparado a demais de etiologia não inflamatória. Isso se caracteriza como um problema de negligência de políticas públicas de saúde, pois existe forma de prevenção da doença e tratamentos que evitem sua cronicidade.
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