Este trabalho apresenta um olhar etnográfico sobre a experiência das pessoas que dependem da hemodiálise para continuar vivendo. Neste artigo, o foco é o paciente, apresentamos suas percepções e experiências, tomando como base seu convívio com a doença e suas estratégias de enfrentamento, pois as características bastante peculiares desse tratamento geram uma relação complexa, acompanhada de contradições e ambiguidades. Os entrevistados, com idades entre 18 e setenta anos, estavam há mais de um ano nesse tratamento e revelaram vidas marcadas pela experiência da doença, além de depoimentos que nos levam a analisar a hemodiálise como espaço de liminaridade. Interpretamos, aqui, à luz da teoria antropológica e a partir de alguns depoimentos dos 117 entrevistados, que todo paciente com insuficiência renal crônica, dependente da hemodiálise, vive em um espaço liminar que pode durar meses ou anos.
Este é um ensaio que trata do percurso antropológico no entrelaçamento entre saúde, corpo e cultura. Numa perspectiva histórica cultural, apresenta-se o percurso da disciplina antropológica no campo da saúde no Brasil. O paradigma da corporeidade é apresentado como fundamental para potencializar prática da pesquisa qualitativa na Antropologia Médica ou da Saúde. Esse paradigma contribui em tornar a disciplina mais preparada em interpretar as experiências vividas através do solo existencial da cultura que é o corpo, e captá-las pela materialidade da palavra e comportamentos através da percepção.
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