O objetivo foi estimar as prevalências ao longo da vida de ideação, planos e tentativas de suicídio na população. Quinhentos e quinze indivíduos residentes em Campinas, São Paulo, Brasil, foram selecionados utilizando-se amostragem estratificada por conglomerados e avaliados por entrevista do Estudo Multicêntrico de Intervenção no Comportamento Suicida. Calculamos prevalências ponderadas, com os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). As prevalências foram de 17,1% (IC95%: 12,9;21,2) para ideação, 4,8% (IC95%: 2,8;6,8) para planos e 2,8% (IC95%: 0,09;4,6) para tentativas de suicídio. O comportamento suicida foi mais freqüente em mulheres e em adultos jovens. A existência de um plano de como tirar a própria vida, em termos de freqüência, situa-se próximo da tentativa (relação de 5:3). De cada três tentativas de suicídio, apenas uma chegou a ser atendida em um serviço médico. As prevalências se assemelham à maioria dos estudos de outros países. É essencial coletar diretamente na comunidade informações sobre o comportamento suicida, abarcando-o em sua abrangência.
ResumoObjetivO. Determinar as prevalências de depressão e de comportamento suicida em indivíduos com câncer internados em um hospital geral universitário e fatores associados a essas condições. MétOdOs. O rastreamento de 5357 pacientes consecutivamente internados utilizou a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a seção comportamento suicida do Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). Análises univariadas, com ajustes para sexo e faixa etária, foram feitas tomando-se depressão e comportamento suicida como variáveis dependentes. ResultadOs. Nos 675 pacientes com câncer, a prevalência de depressão foi 18,3% (IC95% = 15,4 -21,4). O risco para suicídio estimado pela respectiva seção do MINI foi de 4,7% (IC95% = 3,2 -6,7). A prevalência de depressão foi maior entre pacientes com câncer do que nos demais pacientes internados (13,2%; p = 0,0009). Associaram-se à depressão (p < 0,05): sexo feminino, menor escolaridade, maior tempo da doença, dor, uso de psicofármaco e risco de suicídio. Associaram-se ao risco de suicídio: dor e depressão. COnClusãO. As prevalências de depressão e de risco de suicídio em pacientes com câncer aconselham o uso de instrumentos simples de rastreamento e a inclusão, na anamnese, de perguntas mais específicas sobre essas condições clínicas.
OBJETIVO: Detectar fatores associados a histórico de tentativa de suicídio (TS) em pacientes internados em hospital geral que fazem uso nocivo de bebidas alcoólicas. MÉTODO: 4.352 pacientes admitidos consecutivamente foram avaliados utilizando-se um rastreamento do qual constavam as escalas AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test) e HAD (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão). Fixando-se histórico de tentativa de suicídio ao longo da vida como variável dependente, foram realizados testes do qui-quadrado e regressão logística múltipla. RESULTADOS: Uso nocivo de álcool (AUDIT > 8) foi detectado em 423 pacientes. Dentre eles, 60 (14,2%) apresentavam sintomas de depressão (HAD > 8) e 34 (8%) tinham histórico de TS. Este se associou a ser adulto jovem [razão de chance (RC) = 3,4], depressão (RC = 6,6), uso pregresso de psicofármaco (RC = 7) e ter SIDA (RC = 24). CONCLUSÃO: Os resultados fortalecem a necessidade de detectar e tratar adequadamente condições que, combinadas, aumentam consideravelmente o risco de suicídio.
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