Memória pública e patrimônio prisional: questões do tempo presente 1 Resumo O presente artigo tem como objetivo problematizar processos de patrimonialização ligados à memória pública e ao patrimônio prisional. A elaboração do texto buscou discutir a tensão dentro das escolhas a respeito da preservação e da configuração das prisões como patrimônio cultural, analisando casos que perpassam o século XX e XXI em diferentes espaços, como França, Portugal, Estados Unidos, procurando situar o caso brasileiro dentro dessa tessitura. Abordando o dilema entre o que é escolhido para ser lembrado e a produção do esquecimento, pretende-se refletir sobre a memória pública prisional, dialogando com questões ligadas ao estudo da história do tempo presente e da história pública.
Palavras
Trata das transformações na assistência psiquiátrica em Santa Catarina a partir da década de 1970, momento em que o antigo hospício catarinense, o Hospital Colônia Sant'Ana, vivia o ápice de sua superlotação. Analisa entrevistas pertencentes ao Centro de Documentação e Pesquisa do Hospital Colônia Sant'Ana, realizadas com profissionais da instituição no período, além de outras fontes. Intenciona-se problematizar tais depoimentos, esquadrinhando a trama dessas falas, percebendo-as como memórias que tecem a história do lugar por meio de reminiscências marcadas pelo sofrimento. Dessa forma, na tessitura aqui proposta, o sofrimento será entendido como acontecimento histórico capaz de suscitar novos arranjos sociais.
Fundado em maio de 1940, no município de Viamão, Rio Grande do Sul, o Hospital Colônia Itapuã foi criado para abrigar os portadores do mal de Hansen. Construído para funcionar como uma microcidade, o hospital foi palco de inúmeras histórias de vida e trabalho. Os fragmentos destas trajetórias coletivas e individuais estão sendo resgatados desde 1999, quando foi implementado o Centro de Documentação e Pesquisa (Cedope/HCI). É através das atividades deste centro que propomos apresentar uma aproximação com a história do hospital e daqueles que viveram e ainda vivem nesta instituição.
Carandiru: os usos da memória de um massacre 1Resumo O massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, é caracterizado como um marco simbólico na história do sistema penal brasileiro. A rememoração desse passado dialoga com questões como a dimensão do ocorrido, a impunidade, a tentativa de apagamento e conformação da memória e a instituição do massacre como metáfora para novas tragédias. Nesse processo é possível observar a construção de dois passados possíveis: um empreendido pelo Estado, instituindo uma memória oficial, e outro ligado a diferentes segmentos da sociedade civil organizada. Analisarei os usos dessa memória e suas estratégias de rememoração, categorias estas entendidas a partir da história do tempo presente e da história pública.
Palavras-chave: menores, biopoder, penitenciária, controle social.
Abandonados y pervertidos (o con riesgo de serlo): biopoder y prácticas de normalización de los menores enviados a la Penitenciaría de Florianópolis (Santa Catarina) en la década de 1930Resumen: El trabajo de organización de expedientes de presos condenados en la penitenciaría de Florianópolis, iniciado en 2012, ha alentado una serie de estudios volcados a la temática del control social. Entre las cuestiones suscitadas, el problema de los menores de edad en conflicto con la ley ha sido una preocupación. Desde la inauguración de la institución en 1930 hasta la creación del Albergue de Menores del Estado (Abrigo de Menores do Estado), en 1940, los menores infractores condenados eran internados en dicha Penitenciaría. En el presente artículo, se busca problematizar la diná-mica institucional y sus estrategias de biopoder y normalización dirigidas a los menores en conflicto con la ley durante la década de 1930.Palabras clave: menores de edad, biopoder, penitenciaría, control social.
Helpless and perverted (or at risk to becoming so): biopower and normalization practices among minors sent to Florianópolis Penitentiary (Santa Catarina, 1930s)Abstract: The task of organizing inmates' records at Florianópolis Penitentiary, begun in 2012, has made possible many studies addressing social control. Among the emerging matters, the issue of minors against the law is a real concern.From this Institution's opening in 1930 to the creation of a Minors' Housing in 1940, underage offenders were sentenced to imprisonment at this penitentiary. This article brings into focus the institutional dynamics and its biopower and normalization strategies.
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