INTRODUÇÃOTumores de grandes vasos são classicamente difí-ceis de diagnosticar, pela dificuldade de interpretar exames de imagens que consigam delimitar corretamente os tumores em seu sítio e também devido à pouca sintomatologia apresentada quando estes ainda não obstruíram o vaso por completo.O leiomioma benigno metastatizante (LBM) é uma afecção rara com aproximadamente 75 casos relatados na literatura científica mundial, sendo seu sítio mais comum o pulmão 1 . Este termo foi cunhado por Steiner em 1939, em relato de caso de paciente de 36 anos que morreu após um elevado número de metástases pulmonares e linfáticas hilares oriundas de um leiomioma uterino 2 . Há na literatura, relatos esporá-dicos sobre leiomioma metastatizante com implantação na veia cava inferior.O LBM de veia cava pode ocorrer como conseqüên-cia de um leiomioma uterino em pacientes com a doença ativa ou, mais freqüentemente, naquela com história pregressa de histerectomia. Não há associação com fertilidade ou paridade da paciente. Seu diagnóstico pré-operatório é muito difícil, somente podendo ser feito com os achados intra-operatórios e o posterior exame anatomopatológico da peça. Devido à dificuldade de identificação, deve-se ter em mente que os LBM são subdiagnosticados 1,3 . RELATO DO CASOPaciente do sexo feminino, 54 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica em tratamento regular com história familiar para doenças cardiovasculares. Possuía história prévia de colecistectomia videolaparoscópica há três anos e histerectomia parcial há 16 meses devido à miomatose, com útero que se mostrava de textura heterogênea, com nódulos pequenos hipoecóicos intramurais fúndicos, um deles medindo 1,5 cm x 2 cm e o outro, calcificado, medindo 2,5 cm x 2,4 cm. Há um ano procurou atendimento médico para avaliação de esteatose hepática, descoberta através de ultrassonografia (USG) pré-operatória para colecistectomia, realizada três anos antes, que não demonstrava lesão nos grandes vasos. Relatava desconforto abdominal leve como única sintomatologia. Seu exame físico não apresentava alterações. Na USG abdominal de admissão evidenciou-se nodulação hipoecóica no hipocôndrio direito, de contornos regulares e textura homogênea entre o rim direito e a veia cava, acima do músculo psoas, medindo 7,5 cm x 3,5 cm x 4 cm. Foi realizada tomografia computadorizada (TC) abdominal que evidenciava massa retroperitoneal à direita, sem plano de clivagem com a veia cava e com o músculo psoas direito. A ressonância magnética nuclear (RMN) apresentava formação expansiva infiltrante, isointensa em T1 e T2 de limites pouco definidos, captando levemente o meio de contraste, aparentemente com limites com a segunda e terceira porções duodenais, promovendo espessamento parietal destes segmentos. Foi indicada laparotomia exploradora, sendo realizada ressecção da massa com parte da parede lateral da veia cava inferior por clampeamento lateral e sutura contínua com Prolene® 4.0 (Figuras. 1 e 2).O exames histopatológicos macroscópico e microscópico evidenciaram leiomioma benigno...
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