Este artigo analisa o papel desempenhado pelos conselhos revolucionários nas reflexões políticas de Hannah Arendt a partir de Sobre a revolução. Pretendo mostrar que Arendt recorre aos conselhos não para desenhar um modelo de sistema político que substitua o representativo, mas sim para denunciar a restrição da participação nas democracias representativas atuais baseadas no sistema de partidos, em prejuízo tanto do exercício da liberdade política quanto do desenvolvimento de uma cultura democrática.
RESUMOO objetivo deste texto é analisar o modo pelo qual Seyla Benhabib recupera a noção arendtiana de mentalidade alargada para desfazer a radicalização do debate entre comunitaristas e liberais, combater o antagonismo entre contextualismo e universalismo e, ao mesmo tempo, corrigir os excessos racionalistas que ela detecta em Habermas. Com isso, eu pretendo esclarecer de que modo Hannah Arendt inspira Benhabib na formulação da sua teoria do universalismo interativo, mais precisamente no momento de repensar o universalismo diante das objeções neo-aristotélicas de descontextualização. Palavras chave: Seyla Benhabib. Hannah Arendt. Universalismo interativo. mentalidade alargada. ABSTRACTThis article aims to analyze the way by which Seyla Benhabib recovers Hannah Arendt´s notion of 'enlarged mentality' in order to deny the radicalization of the debate between communitarians and liberals, to argue against the antagonism between contextualism and universalism and, at the same time, to correct Habermas´s excesses of rationalism. In this sense, I pretend to clarify how Hannah Arendt inspires Benhabib´s theory of interactive universalism, more precisely at the time of rethinking universalism in the face of neo Aristotelians objections of decontextualization. Keywords: Seyla Benhabib. Hannah Arendt. interactive universalism. enlarged mentality.A teoria do universalismo interativo proposta por Seyla Benhabib reafirma o compromisso com o cerne universalista-igualitário da moralidade kantiana ao mesmo tempo em que reivindica sensibilidade ao contexto. Trata-se de uma defesa inconteste do universalismo segundo a qual não há incompatibilidade entre uma moralidade baseada em princípios e o juízo moral contextualizado. Para levá-la a cabo, em Situating the self: gender, community and postmodernism in contemporary ethics, a autora propõe uma fenomenologia do juízo moral cuja tese central afirma que "o juízo não é uma faculdade de subsumir o particular ao universal, mas uma faculdade de contextualizar o universal de tal modo que ele
Este texto pretende analisar o potencial democrático da participação social institucionalizada. Defendo que a ampliação dos canais de participação é um instrumento para o aprofundamento da democracia na medida em que favorece o empoderamento das minorias e de atores sistematicamente alienados dos processos decisórios e contribui para que estes tenham a chance de interferir na agenda política e na formulação das políticas públicas. Para essa análise, me baseio na experiência das Conferências Nacionais brasileiras e mobilizo alguns aspectos da teoria de democracia deliberativa desenvolvida por Seyla Benhabib relacionados ao tema da participação pública e do juízo político. Pretendo mostrar também que a resistência de parlamentares à institucionalização da participação social visa garantir o monopólio da deliberação política e obstar o aprofundamento da democracia.
This text aims to analyze the democratic potential of institutionalized social participation. I argue that the expansion of the channels of participation is a tool for deepening democracy to the extent that it favors the empowerment of minorities and of actors systematically alienated from decision-making processes, for it contributes so that they have a chance to interfere in the political agenda and in the formulation of public policies. For this analysis, I will draw on the experience of Brazilian National Conferences and on some aspects of the theory of deliberative democracy developed by Seyla Benhabib regarding the theme of public participation and political judgment.
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