;Odilon Victor Porto Denardin 3 ; Abrão Rapoport, ECBC-SP 3 RESUMO: Objetivo: Avaliar retrospectivamente os resultados dos procedimentos terapêuticos cirúrgicos, através da abordagem retromandibular de Hinds, no tratamento das fraturas subcondilares. Método: o protocolo foi observacional, transversal, retrospectivo com inclusão de 31 casos divididos em quatro grupos, de acordo com a lateralidade, desvio da fratura e associação de fraturas em outros sítios. O sucesso terapêutico foi classificado de acordo com a necessidade de tratamento fisioterápico e bloqueio, permanência de desvios ou lateralidade de abertura bucal, amplitude reduzida de abertura bucal (menos de 40 mm), presença de dor moderada à intensa ou ausência de redução da fratura e instabilidade da osteossíntese. Para avaliação dos fatores determinantes de sucesso foram incluídas as variáveis: gênero, idade, causa da fratura, lateralidade, desvio, fraturas associadas e localização das fraturas. O método estatístico utilizou tabelas de associação cruzada com análise pelo teste não paramétrico do qui-quadrado. Em todas as situações foi arbitrado um valor de significância de 5% (p< 0,05). Resultados: Encontrou-se uma resposta de sucesso total em 19 casos (61%) e sucesso parcial em 12 casos (39%). Não foram encontradas associações entre a resposta cirúrgica e as variáveis gênero, idade, causa da lesão e presença de fratura associada. Os casos com desvios laterais e bilateralidade da lesão obtiveram maior freqüência de sucessos parciais. Conclusão: Na amostra estudada, a abordagem retromandibular de Hinds para o tratamento das fraturas subcondilares, na maioria dos casos, teve sucesso total após o procedimento (Rev. Col. Bras. Cir. 2007; 34(5): 303-309
INTRODUÇÃOA região condilar é acometida em 35% de traumatismos mandibulares, sendo na maioria das vezes resultantes de impactos (acidentes automobilísticos, de bicicleta e atropelamentos) sobre a região de sínfise e parassínfise mandibular 1 . O diagnóstico muitas vezes passa despercebido principalmente quando o paciente é atendido por profissionais não especializados.O côndilo mandibular é protegido pelo processo zigomático do osso temporal, pelos músculos e ligamentos sobre a articulação. Por esta razão, o colo do côndilo é a parte mais delgada da mandíbula e está sujeito a fraturas causadas por ação de força indireta, tanto por impactos anteriores quanto laterais. Um trauma violento sobre a região sinfisária pode resultar em fratura da sínfise por força direta e fratura bilateral subcondiliana por força indireta. Se o trauma for dirigido a um lado mandibular, poderá causar fratura no local do impacto e fratura de colo de côndilo no lado oposto.Os traumatismos condilianos podem ser classificados baseando-se no traço de fratura, localizado na região condilar alta, média ou baixa, relacionados respectivamente, com o nível de inserção do músculo pterigóideo lateral, seja acima ou abaixo do mesmo e com a base do crânio, podendo ser unilaterais ou bilaterais 2 .Clinicamente, um paciente portador de fratura cond...