O tratamento de úlceras cutâneas por estimulação elétrica tem crescido na prática clínica, no entanto, faltam estudos que investiguem a efetividade desse recurso em acompanhamento prolongado ou até que ocorra a cicatrização completa das lesões. Assim, a estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV) foi aplicada em úlceras cutâneas crônicas com o objetivo de reduzir a área da lesão. Para tanto, participaram do estudo quatro homens que apresentavam seis úlceras cutâneas que receberam a EEAV (fase=15ms; F=100 Hz; T: 100 a 150 V; fases gêmeas), 2 vezes por semana, durante 30 minutos. O eletrodo com polaridade negativa foi colocado sobre a lesão e o positivo no trajeto vascular. As úlceras foram avaliadas pré e pós-intervenção por meio da fotogrametria, sendo calculada a área da lesão. Como resultado, observamos o fechamento completo da lesão nos sujeitos I e II (área de 4,66 cm² para 0 após 21 sessões e de 1,74 cm² para 0 após 16 sessões, respectivamente). O sujeito III obteve redução de 93% na área da lesão direita (de 2,02 para 0,14 cm²) e na esquerda de 80,40% (de 2,50 para 0,49 cm²), após 100 sessões. No sujeito IV ocorreu o fechamento completo da lesão sacral (de 10,74 cm² para 0) e a redução da lesão isquiática de 11,01 para 2,43 cm², após 75 sessões. Desse modo, concluímos que a EEAV facilitou o processo de cicatrização das úlceras estimuladas, pois as áreas de todas as úlceras apresentaram diminuição superior a 78%, havendo cicatrização completa em três delas.