A Cooperação Espontânea: Relativizando a Importância da Atividade Formal de Gestão no Funcionamento das Organizações.

Abstract

O presente ensaio procura criticar, a partir do debate de algumas teorias consagradas no campo da administração sobre a cooperação humana, o papel de demasiada importância que é comumente atribuído à atividade formal e centralizada de gestão ou administração para o funcionamento das organizações. Parte-se da constatação de que a moderna ciência administrativa ocidental supervaloriza a importância da cooperação formal para explicar os processos organizacionais em detrimento de um enfoque na cooperação informal ou espontânea. Para realizar tal propósito são analisadas três contribuições teórico-conceituais sobre a cooperação, pertencentes a três autores igualmente importantes no campo da administração: Amitai Etzioni, Chester Barnard e Elton Mayo. Por fim, conclui-se que grande parte da cooperação que estrutura e sustenta as organizações sociais de trabalho não depende, ao contrário do que defende (direta ou indiretamente) a teoria ortodoxa da administração, do exercício deliberado e premeditado de coordenação da atividade humana realizado por um núcleo centralizado e centralizador de poder.

Competência e cooperação em uma empresa brasileira de mineração DOI – 10.5752/P.1984-6606.2013v13n33p28

“…Nesse levantamento, encontrou-se um artigo que trata da cooperação nas relações de trabalho. Segundo Tjosvold (1984) e reforçado em Procópio (2007), a temática cooperação nas relações de trabalho não é um tema central para os estudiosos da área da administração. No entanto, a cooperação vem sendo abordada no sentido macro, entre empresas, a partir da lógica da inovação.…”

“…Também são poucos os trabalhos que discutem a cooperação nas relações de trabalho. Segundo Procópio (2007), a cooperação espontânea gera pouco interesse de estudo pela Administração, pois ela não pode ser mensurada ou utilizada de maneira ferramental. Essa afirmação é verificada em levantamento realizado em diversos e importantes periódicos brasileiros da área da administração nos últimos seis anos, constatando que não existem muitas pesquisas em administração que foquem a questão da cooperação nas relações entre trabalhadores.…”