2017
DOI: 10.1590/1982-3703180002017
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A Ditadura que se Perpetua: Direitos Humanos e a Militarização da Questão Social

Abstract: Resumo: O presente artigo contempla um estudo teórico sobre os processos de permanência e de alastramento no corpo social, no tocante às políticas de segurança, dos elementos que se forjaram na história longa de nosso território brasileiro, desde a época da invasão colonial, dando ênfase ao acirramento de suas contradições na ditadura empresarial-militar e à contradição posta entre a militarização da questão social e a luta pela garantia dos direitos humanos na atualidade. A partir das reflexões da criminologi… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1

Citation Types

0
1
0
7

Year Published

2018
2018
2022
2022

Publication Types

Select...
5

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 8 publications
(8 citation statements)
references
References 2 publications
0
1
0
7
Order By: Relevance
“…O inimigo é fabricado e justifica a construção imaginária de uma sociedade dividida entre eles e nós. As estratégias letais do Estado e de suas instituições que exercem o monopólio da violência produzem cotidianamente a engrenagem bélica do extermínio (Cruz, 2017;Leite, 2012;Oliveira, 2014). A base empírica para a análise é o modelo de ocupação de territórios e intervenção ostensiva no Rio de Janeiro, instaurado pela intervenção federal militar do ano de 2018.…”
Section: Quando O Estado De Exceção Se Torna Permanenteunclassified
“…O inimigo é fabricado e justifica a construção imaginária de uma sociedade dividida entre eles e nós. As estratégias letais do Estado e de suas instituições que exercem o monopólio da violência produzem cotidianamente a engrenagem bélica do extermínio (Cruz, 2017;Leite, 2012;Oliveira, 2014). A base empírica para a análise é o modelo de ocupação de territórios e intervenção ostensiva no Rio de Janeiro, instaurado pela intervenção federal militar do ano de 2018.…”
Section: Quando O Estado De Exceção Se Torna Permanenteunclassified
“…Apontam, ainda, que os homicídios estão mais intensamente concentrados em assentamentos precários, onde também prevalecem doenças de determinação social e se direcionam mais vigorosamente práticas repressivas no campo da segurança discutidas alhures. Esse cenário trata-se de uma das materializações da gestão penal da miséria e da insegurança (Cruz et al, 2017), característica do que Wacquant (2001) denomina de "Estado Centauro", dotado de cabeça neoliberal e corpo autoritário para gerir, pela reiteração da força colonialista, as consequências das desigualdades sociais.…”
Section: Desamparos Institucionais Como Parte Da Política De Morteunclassified
“…Ou seja, em 2019 o 1% mais rico da população brasileira recebia em média 33,7 vezes mais do que o 50% mais pobre (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2020). Dentro desse cenário marcadamente desigual, faz-se importante frisar que a estruturalidade das desigualdades no Brasil se objetiva em sujeitos de "carne e osso" (Cruz, Minchoni, Matsumoto, & Andrade, 2017), isto é, marcados por suas identidades étnico-raciais e de gênero. Nesse sentido, de acordo com a PNAD para o mesmo período anual de 2019, no que tange à branquitude (Schucman, 2014), o rendimento das pessoas brancas (R$ 2.999) foi 29,9% superior à média nacional (R$ 2.308), enquanto os rendimentos das pessoas pardas (R$ 1.719) e pretas (R$ 1.673) foram, respectivamente, 25,5% e 27,5% inferiores à média nacional; por sua vez, quanto à configuração sexista da sociedade brasileira (Bairros, 1995), o rendimento mensal dos homens (R$ 2.555) foi 28,7% mais alto que o das mulheres (R$ 1.985) na média brasileira (IBGE, 2020).…”
Section: Introductionunclassified
“…Potencializadas com o fim do ciclo autocrático-burguês e inseridas em um cená--rio altamente desigual, as práticas da psicologia comprometidas com a superação do sofrimento ético-político (Sawaia, 1999) ganham força no Brasil após a promulgação da Constituição Cidadã em 1988. A despeito de ainda manter certas características conservadoras, como, por exemplo, a militarização da segurança pública (Cruz et al, 2017), a nova Constituição representou um avanço significativo em muitos aspectos, principalmente, no que se refere à busca pela garantia plena dos direitos humanos através das Políticas Públicas (Yamamoto & Oliveira, 2010).…”
Section: Introductionunclassified