A Educação Física na BNCC: concepções e fundamentos políticos e pedagógicos

Abstract

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2016v28n48p76O objetivo deste artigo é apresentar uma análise do componente curricular educação física presente nas versões preliminares BNCC e apreender, fundamentalmente, a concepção de educação física, o papel da educação e a formação do aluno e conteúdos de ensino, implícitos nos objetivos de aprendizagem. A análise dos documentos possibilitou identificar que a concepção de educação física fenomenológica/sociológica e por isso, valoriza a subjetividade humana e o indivíduo, a formação do cidadão para a cidadania e o trabalho, secundarizando a ação do professor. Essa concepção converge com os fundamentos das políticas para a educação e cultura, no âmbito geral, dos organismos internacionais. Em tempos de crise econômica mundial, e de avanço das políticas neoconservadoras no Brasil, a BNCC e o componente curricular educação física em seus objetivos de aprendizagem, vêm reforçar e disseminar valores e princípios necessários à reestruturação produtiva e adequa-se e afina-se a política governamental em vigor.

A Educação Física Como Linguagem No Âmbito Das Mediações Do Capitalismo

“…Nessa reorganização, sobretudo, para o Ensino Médio, a EF inseriu-se na área das Linguagens, Códigos e suas tecnologias. No novo panorama, a referida área passou a ser tratada na forma de linguagem (corporal), isto é, o sujeito se comunica e se expressa corporalmente com o mundo como forma de ação e interação para a construção de sentidos (MARTINELI et al, 2016). Tal situação se mantem atualmente nas proposições da Base Nacional Comum Curricular (BNCC/2018), mantendo a EF na área das Linguagens, mas, dessa vez, tendo sua concepção de linguagem estendida também para o Ensino Fundamental (BRASIL, 2018).…”

“…Entendemos que a concepção de linguagem apresentada pela BNCC/2018, dando prosseguimento com a concepção exposta pelos PCNs/2000, busca sintetizar as diversas formas de comunicação humana e interação dos indivíduos com o mundo, expressadas simbolicamente a partir das mediações das diferentes linguagens, as quais são citadas como componentes curriculares da educação básica: Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Estrangeira Moderna -Inglês Martineli et al (2016). argumentam que a linguagem, na qualidade de integradora da área, é concebida como forma de ação e interação com o mundo, sobretudo como determinante no processo de construção de sentidos.…”

A secundarização da Educação Física na reforma do ensino médio

“…Para tanto, a BNCC idealiza que as experiências favoreçam a preparação básica para o trabalho e para a cidadania, por meio do desenvolvimento de competências, possibilitando aos estudantes a inserção ativa, crítica, criativa e responsável no mundo do trabalho, cada vez mais complexo e imprevisível, preparando-os assim, para as novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores (BRASIL, 2018a). Discordando de tal modelo, que focaliza na flexibilização do currículo e dos conhecimentos, Martineli et al (2016), afirma que normatizações dessa proporção deveriam almejar um processo educacional que contribua para o desenvolvimento pleno das capacidades humanas, para formar um sujeito capaz de compreender a realidade social e suas respectivas contradições. Já Martins (2004, p. 68), defende que a função da escola é a socialização do saber historicamente produzido, objetivando a máxima socialização dos indivíduos, por meio da condição explicativa dos conhecimentos clássicos entre as gerações, que possibilita "o estabelecimento de relações causais inteligíveis sobre os fenômenos, na base dos quais esta realidade passa a ser conhecida, compreendida e problematiza em sua essência".…”

Ciências do esporte e educação física: Saúde e desempenho 3

“…CrossFit Kids pode ser considerado um método de formação abrangente, geral e inclusivo, baseado em movimentos multiarticulares ou funcionais, que combinam exercícios com o peso corporal, ginástica básica, bem como atividades de condicionamento metabólico, realizado em variáveis níveis de intensidade. Logo, trata-se de uma atividade inovadora mediante a cultura corporal do movimento, afim de promover a saúde e qualidade de vida(MARTINELI et al, 2016).Ultimamente há insegurança dos pais de permitir que seus filhos brinquem na rua como antigamente, em função deste novo cenário tem crescido os índices de obesidade infantil, ansiedade e de crianças que acabam ficando presos em espaços cada vez menores. Com isso, a prática do Crosskids proporciona uma nova perspectiva de mudança, esta modalidade parece uma grande brincadeira, diferente da versão para adultos, ela não é focada em cargas de peso, mas sim no controle motor e da postura, no lugar das cargas as crianças usam o peso do próprio corpo.Neste contexto, a obesidade infantil nas últimas décadas vem se tornado um problema de saúde pública em todo o mundo, atingindo todas as faixas etárias, inclusive as crianças.…”