A educação permanente em saúde para formação em saúde mental na atenção básica, guiada pelos princípios da socioclínica institucional

Abstract

Este trabalho é resultado de um projeto construído há muito tempo, a partir do meu desejo, do meu envolvimento, das minhas implicações, mas, também, sua concretude só foi possível por meio dos vários encontros no decorrer da minha trajetória. Foram nesses encontros que esta tese foi se construindo e eu me (re)construindo junto dela. Desse modo, agradeço: A Deus, enquanto fonte de amor, paz e força para seguir e acreditar neste projeto de vida. Aos profissionais dos serviços, pelo aprendizado conjunto e por me possibilitar o olhar para mim e para minha prática docente. À Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, pela liberação e incentivo constante; pelas amizades e laços construídos e fortalecidos. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso-FAPEMAT, pela bolsa de Doutorado que possibilitou as viagens para Ribeirão Preto, Campinas e Cuiabá, assim como outros custos envolvidos na pesquisa.

A educação permanente como instrumento para o matriciamento em saúde mental

“…Três artigos (Rezio et al, 2019;Leite & Rocha, 2017;Leite et al, 2018) relatam que para se construir um espaço sólido e eficaz de discussão é preciso dos trabalhadores "uma postura de permanente aprendizagem que o instituído pode ser interrogado e desconstruído, diluindo as resistências e dando chance à diversidade de composições de práticas e conhecimentos" (Leite & Rocha, 2017, p. 208) Um ponto levantado por dois estudos (Dantas & Passos, 2018;Santos & Surjus, 2019) analisados foi a dificuldade de dar continuidade ao matriciamento a partir da educação permanente com a alta rotatividade de profissionais, que acontece nos serviços de saúde. Um dos estudos traz que "a rotatividade dos profissionais […] deixava as equipes incompletas, gerava sobrecarga de trabalho; e quando entravam novos profissionais, era necessário reiniciar todo o trabalho, desde a sensibilização até à adesão efetiva deles" (Dantas & Passos, 2018, p. 216).…”

“…Cinco artigos (Rezio et al, 2019;Leite & Rocha, 2017;Leite et al, 2018;Dantas & Passos, 2018;Oliveira & Campos, 2017) relatam que os profissionais da atenção básica referem ser imprescindível a presença de um profissional facilitador, que tem como função Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 7, e952954685, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4685 mediar as discussões nas reuniões. Por vezes, essa figura é o especialista em saúde mental, que tem como papel incluir o conhecimento teórico nos encontros, que os estudos trazem a importância de haver o especialista nesses espaços, principalmente para validar o trabalho já realizado pelos profissionais que relatam se sentir mais confiantes com a presença do especialista (Oliveira & Campos, 2017).…”

“…Ainda refletindo sobre as diferentes formas fazer EPS acontecer, um dos autores utiliza o método da socioclínica institucional, como guia para a inserção da educação permanente no cotidiano dos serviços (Rezio et al, 2019); através desse instrumento, o pesquisador descreve sete pistas que podem potencializar a EPS, a proposta é que os profissionais a utilizem como balizadoras e não como protocolos burocráticos. As pistas descrevem desde a forma, como os profissionais devem compor esses espaços, até como os mesmos vão receber o feedback do que vem sendo construído no decorrer dos encontros.…”

Educação Permanente em Saúde uma ferramenta na Estratégia Saúde da Família: Encontro guiado pela Socioclínica Institucional

“…O emprego da Socioclínica Institucional, exige um dispositivo, inicial que são elementos como a escrita, o discurso, vídeos, dentre outros, criados para em situações de intervenção, que podem desestabilizar os modos instituídos de funcionamento das instituições, podendo também se tornar um analisador caso consigam colocar alguma situação em análise, revelando a estrutura da instituição, provocando-a e forçando-a à fala 6 .…”

“…Acredita-se, assim, que a Socioclínica Institucional pode atuar na perspectiva de gerar processos de Educação Permanente em Saúde. Ela não consiste em uma modalidade técnica ou protocolo de prática e análise, mas em um meio para se questionarem o objeto e intenções de análise, buscando entender as dinâmicas sociais 6 . Retratamos os papeis dos enfermeiros na contribuição no atributo das transformações em Educação Permanente em Saúde como ferramenta, contemplando sobre a qualidade da assistência e modificação da realidade e evolução das ações de saúde no campo da Estratégia Saúde da Família.…”