A eficácia simbólica nos sistemas tradicionais de saúde

Abstract

A eficácia simbólica nos sistemas tradicionais de saúde Cadernos de Estudos Africanos, 4 | 2003

Pharmacist care activities: a bibliometric analysis

“…Most of them mainly discussed the facilitating or complicating factors in the implementation of PC programs in an attempt to clarify the pharmacist's role in health sciences. 23 In this sense, emphasis is given to the need for further development of qualitative studies on PCAs, considering that medicines, besides being commodities or chemotherapeutic agents, are objects that have economic, social and anthropological dimensions [24][25][26][27] and health is not a dichotomous state but a process in which health-disease-care are deeply related. [28][29][30][31] The use of qualitative methods together with quantitative methods for carrying out research on PCAs shall supplement what has been learned so far and expand society's vision toward a social recognition of pharmacists.…”

A noção de eficácia nas consultas mediúnicas da umbanda

“…Também há que se assinalar que essa eficácia simbólica emerge de modo integrado às medicinas da comunidade local, como também pontuado por José Fialho (2003) em Moçambique e tendo como referência os sistemas de saúde popular daquele país. Assim, esse questionamento acerca da eficácia de um determinado tratamento, como endereçado no presente estudo, por vezes é um elemento externo a essa comunidade e responde a inteligibilidades produzidas por outrem e fora do contexto de referência.…”

“…Na antropologia, a discussão sobre a eficácia simbólica tem se baseado classicamente nas considerações de Lévi-Strauss (1975), publicadas originalmente em 1949. No entanto, tais considerações também têm sido revisitadas na contemporaneidade tomando por base distintos contextos de cuidado em saúde, como os da medicina tradicional em Moçambique (José Fialho, 2003) e de povos indígenas do Gran Chaco (Renshaw, 2006), apenas para citar dois exemplos, mas também em função de diversos atravessamentos que questionam, entre outros, o modo como a psicanálise também foi cotejada no pensamento de Lévi-Strauss, devendo ser esta abordagem revisitada na contemporaneidade e tendo como marcadores os desafios impostos pelo mercado do cuidado, o que envolve diretamente os equipamentos formais de saúde e suas lógicas. Na contemporaneidade, esses ordenadores da significação pretensamente universais presentes nos rituais mágicos têm sido suspensos, primando por uma discussão mais dinâmica e que não necessariamente responde de modo definitivo à questão da eficácia (Maluf, 2005;Tavares & Bassi, 2012).…”

“…Tais modificações acontecem, sobretudo, quanto há grande influência dos aspectos espirituais na consciência e na crença dos indivíduos, que recorrem à umbanda como meio para lidar com o adoecimento, apresentando certa dependência das soluções desenvolvidas pelo pensamento mágico, em detrimento do pensamento racional, pautado nos conhecimentos e vivências particulares (Montero, 1994). Essas significações e esses simbolismos acerca da eficácia emergem de modo integrado e como forma de produzir respostas coletivas que pensam o cuidado também como recurso para o fortalecimento de laços sociais, integração social e controle da incerteza, para além de uma resposta unívoca acerca da cura ou do pleno restabelecimento da saúde de um ponto de vista exclusivamente biomédico (José Fialho, 2003).…”

Saberes e práticas de cura nas igrejas neotradicionais em Luanda: carismas, participação e trajetórias das mulheres

“…O estudo de Janzen (1978), no antigo Zaire, é revelador da complexidade e importância do "grupo de gestão terapêutica", enquanto a investigação de Habgood (1998) para a organização não governamental inglesa Oxfam mostra a centralidade destes grupos no contexto contemporâneo angolano. Para uma interpretação simbólico-estruturalista relativa ao contexto moçambicano, ver Fialho (2003).…”