Neste trabalho discutimos sobre internet e verdade. Especificamente, tentamos defender que há modos singulares de produção do discurso verdadeiro, e a internet implica configurações particulares destes modos. Entendemos que as formas por meio das quais podemos lidar com a verdade são reconfiguradas por elementos que a rede faz funcionar, tais como o acesso generalizado à produção de texto, a reprodução massiva de informação, a imensa capacidade de acúmulo e distribuição de conteúdos. Por isso, afirmamos que a internet não é um meio pelo qual é transmitida uma verdade incondicional; tampouco é o meio pelo qual se perverte o verdadeiro na forma do erro. Entendemos que há diferentes modulações de discursos pretendidos como verdadeiros, cada um dos quais relativo a possibilidades inerentes às diversas plataformas na rede. Para levar a efeito tal discussão, primeiramente consideramos alguns problemas teóricos selecionados da tradição acadêmica que investigou os meios de comunicação. Posteriormente, debatemos acerca de uma noção de verdade mais adequada a nosso âmbito de problemas, de onde é derivada uma discussão a partir de textos de Friedrich Nietzsche e Michel Foucault. Advém daí o entendimento de que a verdade é um efeito de disputas, o que a inscreve no problema geral do poder. Uma vez que o ativismo em rede se apresenta como modo de produção de discurso com pretensão de verdade, propomos a discussão acerca de casos específicos em que ocorre. Sendo a educação ambiente sensível aos problemas que tocam a verdade, a política e o uso de tecnologias de informação e comunicação, a pesquisa almeja contribuir com o debate atual concernente a esta área de estudos.