A relação entre a história oral e o mundo das artes é assinalada por um paradoxo: embora as entrevistas sejam amplamente utilizadas para o estudo de diversas manifestações artísticas, o campo acadêmico que tem a entrevista em seu centro é pouco atento í s questões da arte. Neste artigo, examino esta situação e levanto hipóteses que podem ajudar a explicá-la. Após mapear as exceções nesse cenário e classificá-las conforme suas abordagens, sugiro duas articulações que podem ser promissoras para o estudo das artes por meio da história oral: a abordagem das ideias e dos conceitos artísticos explicitados em entrevistas e o estudo dos processos de criação.