Objetivos: Essa pesquisa tem como objetivo analisar o impacto da pandemia pela COVID-19 no acesso à saúde íntima da mulher na região Nordeste do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, feito por meio de questionário online próprio, com mulheres nordestinas a partir dos 18 anos de idade. O cálculo amostral foi realizado através da equação derivada da estimativa de parâmetro populacional, encontrando um “n” mínimo de 385 pessoas. O formulário foi divulgado através das redes sociais, com a participação de 463 mulheres. Resultados: O perfil sociodemográfico da pesquisa foi composto majoritariamente por mulheres brancas (52,3%), de faixa etária entre 18-24 anos (47,5%) e que possuíam plano de saúde (78,4%). Sobre as 100 mulheres que não tinham acesso à saúde suplementar, 56% dependiam exclusivamente do SUS. Das 463 participantes, 63,8% se consultaram durante a pandemia, 33% não se consultaram e 3,2% marcaram a consulta, mas ainda não tinham ido. Dentre as que dependiam exclusivamente do SUS, 67,3% não foram atendidas, uma porcentagem aproximadamente duas vezes maior do que a da amostra geral. Quanto às mulheres que compareceram aos atendimentos, 44,5% enfrentaram alguma dificuldade de acesso à consulta, e 84,3% dessas limitações surgiram ou pioraram por conta da pandemia. Conclusão: Ainda que a maioria das participantes possua boas condições financeiras, um terço delas não se consultou durante a pandemia. Por diversos fatores, é notório que esse período impactou negativamente a saúde da mulher, reduzindo o número de consultas e aumentando as dificuldades de acesso.