A importância da informação dos Profissionais da Saúde sobre a Sí­ndrome de Munchausen por procuração: Uma Revisão Sistemática

Abstract

A disponibilidade de vários exames e procedimentos médicos, sintomas subjetivos resistentes ao tratamento, um desejo da classe médica de descartar todas as causas médicas potenciais e a falta de informação sobre a Síndrome de Munchausen por procuração (MSBP) são algumas das razões para um diagnóstico tardio. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a importância da informação dos profissionais da saúde sobre a MSBP. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada, através da base de dados PUBMED. Foi utilizado o protocolo PRISMA para realização desta revisão. Resultados: Dos 117 artigos encontrados, 8 foram selecionados para o artigo. Discussão: Apesar de alguns estudos relatarem o aumento do conhecimento pelos profissionais da saúde sobre a MSBP, existe uma subestimação de casos. Conclusões: Um dos motivos para a subestimação é a falta de informação dos profissionais da área da saúde sobre essa síndrome.

Síndrome de Münchausen por procuração: desafios clínicos do diagnóstico precoce

“…De acordo com os resultados obtidos verificou-se que as vítimas são crianças muito jovens com faixa etária compreendida entre 2 meses a 12 anos, sendo meninos e meninas igualmente afetados. De acordo com Bezerra et al (2020) 66% dos casos ocorrem com crianças abaixo de 5 anos enquanto que Lima et al (2019) dizem que a cada 100 mil crianças, pelo menos 2 de até 16 anos são vítimas de SMP.…”

“…Para a vítima, o atraso gera mais sofrimento físico e emocional e pode causar resultados fatais; para o agressor, agrava seu estado emocional dificultando uma possível intervenção psiquiátrica; para os profissionais da saúde, evita desgaste físico e emocional e para o sistema público de saúde, evita maiores custos devido ao uso desnecessário de procedimentos. De acordo Bezerra et al (2020) quanto mais tempo demorar para fechar o diagnóstico, maior será a possibilidade de mau prognóstico.…”

“…Assim, tem-se que o preparo dos profissionais da linha de frente é um fator que influencia na identificação precoce desta forma de abuso infantil, visando possíveis encaminhamentos e tratamentos eficazes (Tetzlaff & Gomes, 2020). Bezerra et al (2020) dizem que a quantidade de relatórios aumentou tanto no meio científico quanto na mídia em geral o que favoreceu conscientização dos profissionais da saúde. Nesse sentido, cuidadores que fabricam doenças em seus próprios filhos têm sido temas recorrentes de documentários e filmes em várias partes do mundo.…”

“…Além disso, Bezerra et al (2020) relatam que normalmente os agressores preferem profissionais da saúde que apoiam vários exames, mesmo que sejam invasivos, evitando, portanto, aqueles que não encaminham para o tratamento esperado. E acrescentam que a troca de médicos pode atrasar o diagnóstico por dividir opiniões e gerar incertezas.…”