Investigar a saúde mental de jovens com fissura labiopalatina transforame em atendimento no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. Modelo/Pacientes: Estudo observacional transversal, em 60 sujeitos com idade entre 19 e 26 anos: 30 sujeitos com fissura labiopalatina transforame (Grupo 1) e 30 sujeitos sem fissura labiopalatina (Grupo-Controle). O método foi quanti-qualitativo, utilizando como instrumentos a entrevista clínica semiestruturada e o Questionário de Saúde Geral (QSG) de Goldberg, que avalia a presença de transtornos mentais comuns não-psicóticos: stress psíquico, desejo de morte, desconfiança no desempenho, distúrbios do sono, distúrbios psicossomáticos e saúde geral. Local: As entrevistas foram realizadas na Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio Palatal (PROFIS), prestadora de assistência aos pacientes em tratamento no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais. Resultados: Os dados quantitativos obtidos no QSG, pelos Grupos 1 e Controle foram comparados, não se encontrando diferença estatisticamente significativa entre os pacientes com fissura labiopalatina e o Grupo-Controle, nos fatores de Saúde Mental. Quanto aos gêneros, encontrou-se diferença estatisticamente significativa no fator "Desejo de Morte", no Grupo 1, gênero feminino, em comparação ao masculino, porém, abaixo do percentil 90, indicativo de transtorno. Quando comparados com a média brasileira, também não houve diferença estatística significativa. Conclusões: Apesar de a análise qualitativa dos dados revelar sujeitos com histórias de sofrimento, discriminação e dificuldades, verificou-se que eles estão conseguindo enfrentar dificuldades e apresentaram características pessoais de desenvolvimento semelhante ao Grupo-Controle. Deste modo, concluiu-se que, neste estudo, não houve correlação entre fissura labiopalatina transforame e transtornos de saúde mental não psicóticos.