A juventude como condição estigmatizante: relações entre desigualdade, violência e experiência escolar

Abstract

Considerando que os limites da estigmatização e a exclusão transformam-se em processos de atuoexclusão, por meio da força dos mecanismos inconscientes da dominação simbólica, torna-se imperioso identificar os pontos de vista dos jovens. Constata-se hoje um discurso dual sobre os e as adolescentes e jovens: são a promessa do futuro e, ao mesmo tempo, violentos criminosos que ameaçam a “tranquilidade social”. Esse trabalho, portanto, pretende contribuir para facilitar uma virada analítica no campo da pesquisa sobre violência nas escolas que se distancie dos enfoques hegemônicos próprios da sensatez penal e do racismo biologicista. O termo “violência” na pesquisa socioeducativa tem uma diversidade de significados, inclusive contraditórios, e em vários dos quais mantém parte daqueles que provêm do sentido comum e de ditos paradigmas científicos hegemônicos. Trata-se, como desafio e utopia, de mudar esta visão, que tende a se impor como verdade.

Abandono escolar, pobreza e fome

“…Conclui-se que, no caso de João, ele já não conseguia vislumbrar nada diferente para seu futuro além da vida na rua em decorrência da condição estigmatizante que envolvia relações de desigualdade e experiência escolar pouco significativa (Kaplan, 2012). Ele não mencionou retomar os estudos, conseguir um trabalho ou mesmo constituir uma família em suas narrativas porque não visualizava uma educação libertadora (Vasconcelos, Fialho & Lopes, 2018).…”

A ideia de natureza variante à luz da concepção elisiana: a necessidade de (re)adaptação dos grupos favelizados

“…Tatiana Landini (2007), sob essa ótica, expõe que com o passar do tempo "os novos padrões de comportamento deixam de ser conscientes para tornarem-se uma segunda naturezaé a essa segunda natureza que se refere [Elias] quando fala em mudanças na estrutura da personalidade" (Landini, 2007, p. 6, grifo nosso). Já Carina Kaplan (2012), no bojo dessa descrição, declara: "É sob o monopólio da força física por parte do Estado e a estabilidade crescente dos órgãos centrais da sociedade que o autodomínio das emoções e do afeto se converte em uma segunda natureza do comportamento dos indivíduos" (Kaplan, 2012, p. 606).…”

Las influencias de los programas socio deportivos en las trayectorias educativas y profesionales de sus participantes

“…Estos pilares señalados por Kaplan (2012) pueden ser aplicados en el análisis de la problemática de los jóvenes de la comunidad de Mangueira, participantes en el programa social. En este sesgo, el programa puede actuar como apoyo institucional a los cuatro pilares referenciados por el autor.…”

“…Estas desigualdades educativas son longevas y persisten ante la ausencia de políticas estructurantes que permitan no solo el ingreso, el acceso, la permanencia que redunden en años de escolaridad más largos, sino en una educación democrática e igualitaria que permita la distribución de capacidades para permitir oportunidades con equidad. Según Kaplan (2012), las trayectorias deben entenderse en la interacción de las condiciones contextuales y estructurales, en las mediaciones institucionales y en las estrategias individuales.…”

“…Nos alineamos con el pensamiento de Kaplan (2012), considerando también los aspectos de violencia que, como se dijo anteriormente, están presentes en la vida cotidiana de las familias, lo que, por supuesto, también impacta en temas educativos:…”