A narrativa do impeachment de Dilma Rousseff nas páginas dos jornais brasileiros

Abstract

O processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff é uma questão, sem dúvida, multifacetada. A construção narrativa e a utilização de “ganchos” visuais é um mecanismo jornalístico útil para enfrentar o desafio que se coloca diante da produção das notícias de temas com tal característica. Assim, esta pesquisa pretende responder como se deu a construção narrativa da destituição de Dilma Rousseff por parte de dois dos mais importantes jornais brasileiros, a Folha de S. Paulo e O Globo. Tal análise leva em consideração o grau de narratividade, o gênero narrativo e os atores identificados em seus respectivos papéis. Foram analisadas 997 notícias veiculadas entre os dias 2 de dezembro de 2015, data em que o pedido de impeachment foi aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e 13 de maio de 2016.

Leading Newspapers in Brazil as Political Actors (1994-present)

“…86 A third study, on the impeachment narrative in Folha and O Globo in 2015 and 2016, found that most of the news had a neutral if pessimistic tone, without significant differences between the two newspapers. 87 Taken together, these studies' findings indicate a convergence between the interests of media owners and national elites to end the era of petismo. Evidence of this appeared more frequently in editorials than in news sections, and it can be tied to the following aims: to halt the corruption practiced by the Workers' Party in the central government, although corruption was also detected among members of other political parties, and to stop the spiraling economic crisis from breaking the pact between the state, economic elites, and the unions that consisted in preserving economic neoliberal measures in conjunction with social programs such as Bolsa Família.…”