Defendemos neste artigo a utilização da análise de enquadramento multimodal para a compreensão da cobertura jornalística, pois somente uma análise sistemática dos diferentes modos comunicativos da notícia – imagem, narrativa e frame - pode aproximar o pesquisador da imagem geral construída pelo noticiário. Este artigo traz um primeiro exercício analítico sobre parte de um corpus de uma pesquisa em andamento sobre o impeachment de Dilma Rousseff, composto por 187 notícias do jornal O Globo e 131 da Folha de S. Paulo. Foi possível perceber que a cobertura dos dois jornais privilegiou um enquadramento do processo de impeachment como um fato ordinário da política nacional, como mera disputa política entre grupos rivais, sem oferecer interpretações para além do protocolo básico da redação da notícia.
Este artigo tem como objetivo discutir as estratégias comunicacionais a que recorrem os indivíduos na formulação e na exposição de suas opiniões sobre temas polêmicos, com vistas ao convencimento de seus interlocutores. Situa-se, assim, ao lado da corrente deliberacionista que defende que a chamada “força do melhor argumento” é concepção excludente que acaba por silenciar determinados grupos e propõe que outras formas de comunicação, além da argumentação racional, sejam levadas em conta nos processos deliberativos, permitindo que públicos diferentes discursem a partir dos modos que são mais permeáveis a eles. Neste momento, como tema polêmico, optou-se pela discussão em torno da lei do feminicídio na fanpage do Senado Federal no Facebook. Foram analisados 915 comentários de 17 posts publicados em seis anos. Como resultado, notou-se uma tendência dos usuários emitirem opiniões baseadas em suas próprias percepções sobre o assunto, de forma individual. No campo do debate, predominam réplicas com opiniões divergentes.
O artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a cobertura jornalística do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, entre dezembro de 2015, quando foi aberto o processo na Câmara dos Deputados, e agosto de 2016, quando ela foi afastada definitivamente pelo Senado Federal. Foram analisadas 2.202 notícias publicadas pelos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo pela perspectiva metodológica do enquadramento multimodal, que considera os aspectos textuais, visuais e narrativos das notícias. Os dados permitem verificar que houve uma orientação editorial ligeiramente superior para uma posição pró-impeachment, mas isso só pode ser afirmado na junção dos três modos do enquadramento, uma vez que o texto das notícias seguiu o padrão de cobertura pragmática. Argumentamos que esse padrão acabou por normalizar o impeachment como processo legítimo, despolitizando-o e apagando os aspectos que o evidenciam como golpe parlamentar.
O artigo discute o enquadramento noticioso sobre a pauta do aborto no Brasil em 85 notícias publicadas ao longo de 2019 em quatro sites: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Huffpost Brasil e Nexo Jornal. Aplicando o método de análise de enquadramento com variáveis baseadas em Semetko e Valkenburg (2000) e Iyengar (1990), busca-se responder à seguinte questão: quais os enquadramentos predominantes na cobertura noticiosa sobre a temática do aborto em portais jornalísticos tradicionais e nativos digitais no Brasil em 2019? Os resultados apontam para uma cobertura majoritariamente favorável ou neutra sobre o tema, porém ainda “Episódica”, ou seja, com pouco espaço para aprofundamento. As matérias recorrem principalmente a fontes políticas, ativistas pró-aborto e, em menor número, religiosas. As publicações avançam no sentido de tratar a questão sob o frame da responsabilidade e das consequências econômicas e sociais, mas também é significativa a presença dos de moralidade e conflito.
Este artigo tem como objetivo discutir as estratégias comunicacionais a que recorrem os indivíduos na formulação e na exposição de suas opiniões sobre temas polêmicos, com vistas ao convencimento de seus interlocutores. Situa-se, assim, ao lado da corrente deliberacionista que defende que a chamada “força do melhor argumento” é concepção excludente que acaba por silenciar determinados grupos e propõe que outras formas de comunicação, além da argumentação racional, sejam levadas em conta nos processos deliberativos, permitindo que públicos diferentes discursem a partir dos modos que são mais permeáveis a eles. Neste momento, como tema polêmico, optou-se pela discussão em torno da lei do feminicídio na fanpage do Senado Federal no Facebook. Foram analisados 915 comentários de 17 posts publicados em seis anos. Como resultado, notou-se uma tendência dos usuários emitirem opiniões baseadas em suas próprias percepções sobre o assunto, de forma individual. No campo do debate, predominam réplicas com opiniões divergentes.
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