A Nova Direita no Brasil: contexto e matrizes conceituais

Cepêda, Vera Alves

doi:10.5433/2176-6665.2018v23n2p40

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“…O alçar da direita conservadora no Brasil na década de 2010 tem sido abordado por amplo referencial teórico (CODATO; BOLOGNESI; ROEDER, 2015;SOUZA, 2016;MESSENBERG, 2017;DUDA DA SILVA, 2018;CÊPEDA, 2018;CIOCCARI;PERSICHETTI, 2018;ROCHA, 2019;LACERDA, 2019;BOITO JR, 2020;AVRITZER, 2021), instaurando, portanto, uma metalinguagem de conceitos como, por exemplo: nova direita, bolsonarismo, neofascismo, negacionismo, antipetismo, neoconservadorismo, entre outros, utilizados, às vezes, em intercâmbio e também como sinônimos para explicar esse momento político brasileiro.…”

Section: Mais Um Fio: O Processo Políticounclassified

Construindo sombras com “ideologia de gênero”

Montargil

Remenche

2023

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O termo ideologia de gênero foi recorrentemente empregado em embates políticos no Brasil e o sentido dessa expressão variou ao longo dos anos. Considerando esses deslizamentos de sentido, este artigo objetiva analisar as estratégias discursivas de comunicação política que mobilizaram o termo ideologia de gênero em postagens no Twitter. Para tanto, foi recortado um corpus com 205 posts da intitulada Nova Direita, entre 2014 e 2019, por meio da plataforma Twitter Advanced Search. A análise, de caráter quantitativo com interpretação qualitativa, fundamenta-se nos estudos do discurso de linha francesa de Michel Pêcheux a partir de conceitos como interdiscurso, formação discursiva, posição de sujeito e efeito de sentido. Ao verificar a evolução diacrônica na maneira como “ideologia de gênero” foi alocada no discurso político, notou-se que deslizar o sentido do termo foi uma estratégia comunicativa instrumentalizada, ano após ano, a fim de buscar a polarização política através da consolidação de dois campos interdiscursivos: um que insere a “ideologia de gênero” em oposição às “lutas” da nova direita, como a “defesa da família” e o “combate” ao comunismo, e outra, que insere a “ideologia de gênero” subordinada e pertencente à esquerda, ao comunismo, à corrupção, à universidade.

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Section: Mais Um Fio: O Processo Políticounclassified

Construindo sombras com “ideologia de gênero”

Montargil

Remenche

2023

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“…Em consequência disto o discurso do líder, em um primeiro momento, pode parecer vago, porém ele é construído de forma a abarcar diferentes públicos (Cesarino, 2022). A ideia do líder que aglutina diferentes pautas para construir o seu corpo político se relaciona justamente com a indefinição de identidade da extrema direita, a falta de transparência das suas fronteiras permite juntar o que até então não parecia possível de colocar lado a lado, isto permite abrir uma variedade de pautas capazes de amplificar a energia política originada em diversos pontos para o confronto e o desmanche de um alvo definido sem maiores críticas ou exame (Cepêda, 2018).…”

Section: Continuamenteunclassified

Mídias Sociais, Desinformação E a Distorção Da Esfera Pública Pela Extrema Direita

Albuquerque,

Rodas

2023

REV.EDICIC

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Nos últimos anos tem-se presenciado o ganho de relevância política da extrema direita. Parte das causas da ascensão desta nova onda da extrema direita está relacionada a sua capacidade de uso das mídias sociais. Por meio do alinhamento de estratégias de desinformação com o modo de produção e mediação da informação das plataformas de mídias sociais, movimentos extremistas têm afetado o debate público ao tempo que suas ideias ganham notoriedade. Nesse contexto, entende-se que as mídias sociais são instrumentos pelos quais a extrema direita utiliza a desinformação para manipular e influenciar a esfera pública. Assim, o presente trabalho, por meio de uma discussão teórica baseada pelo conceito de regimes de informação, pretende analisar e discutir como a instrumentalização das mídias sociais por grupos de extrema direita influencia e distorce a esfera pública ao seu favor. O trabalho leva a conclusões sobre como as infraestruturas das mídias sociais, ao propiciarem um regime de informação personalizado e algoritmicamente construído para cada usuário, são instrumentalizadas pela extrema direita. Estas infraestruturas alinhadas a estratégias desinformativas influenciam nos modos de criação do conhecimento, que por sua vez, afetam o desenvolvimento de ações formativas que impactam na “forma de vida”. Neste sentido, a instrumentalização das plataformas de mídias sociais tem permitido a extrema direita canalizar o poder (des)informacional para criar distorções e crises, cuja finalidade é afetar os processos deliberativos da esfera pública.

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“…In this context, neoliberal subjectivity has found resonance in far-right ideology where market fundamentalism, anti-statism and radical Christian family moralism have spurred bizarre and well-articulated conspiracies of a globalist communist strategy involving billionaire elites and the Chinese government attempting to impose 'cultural Marxism' in schools and universities. These alleged conspiracies would ultimately destroy the traditional patriarchal family, promote generalized abortion, stimulate the transmission of transgender ideas to children, and give away lands with valuable natural resources to non-governmental organizations (NGOs) that hide behind the façade of promoting Indigenous people's rights (Gallego, 2018;de Almeida, 2019;Alves Cepêda, 2018).…”

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Conspiracy theories and anti-environmentalism in Bolsonaro’s Brazil

Campos,

Barcelos,

Severo

2024

Political Ecologies of the Far Right

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Far-right politics has become an explosive phenomenon in Brazil since the presidential election of Jair M. Bolsonaro in 2018. In his reactionary political platform -based, among other things, on a neoliberal political economy set to destroy social security and an educational policy which aims to legalize persecution of teachers deemed 'leftists' -lies a promise to deregulate environmental norms that currently constrain deforestation and guarantees natives the right to land demarcation. In this chapter, we analyse how conspiracy theories about environmentalism in Brazil have found space in the far-right government and impacted the country's current environmental policy.Conspiracy theories have played a central role in Bolsonaro's strategy of 'organized chaos' which, much like Trump's communication strategy, 'feeds on, and fosters, a climate of confrontation and uncertainty that helps him secure the loyalty of his base' (Nunes et al. 2020). 1 As a result, fascist groups such as the '300 do Brasil' and the green-shirts 'Integralistas' have directly threatened Parliament and the Supreme Federal Court with outright support from Bolsonaro and top government officials, echoing a long and much-alive tradition of coup plotting that involves large sectors of the military, intellectuals and businessmen. 2 The tragedy of Brazil's post-transitional period -which after 21 years of military rule chose to reconcile with its past instead of seeking both justice for the crimes of the dictatorship and ways to curb military influence over politics -is that it has allowed a proliferation of conspiracy theories, similar to those that created the breeding ground for the 1964 military coup (dos Santos, 1994), to spread and find political representation in mass democracy. Thus, there is a move away from enclosed conspiracy circles such as the 'Clube Militar' -a reactionary association of retired military men -and the 'Philosophy Seminar' of Olavo de Carvalho -the 'intellectual Guru' of Bolsonarism -to organized political parties, security forces, religious institutions and even armed militias in urban as well as in rural areas

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A Nova Direita no Brasil: contexto e matrizes conceituais

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Construindo sombras com “ideologia de gênero”

Construindo sombras com “ideologia de gênero”

Mídias Sociais, Desinformação E a Distorção Da Esfera Pública Pela Extrema Direita

Conspiracy theories and anti-environmentalism in Bolsonaro’s Brazil

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