Este trabalho analisa o processo do desenvolvimentismo brasileiro compreendido entre a fase clássica dos anos 1950 até a perspectiva atual do novo-desenvolvimentismo, privilegiando o papel e a função desempenhadas pelo tema da democracia e da inclusão distributiva em cada arranjo. Na primeira seção, analisa-se a constelação semântica que envolve os termos progresso e desenvolvimento, procurando separá-los do processo/projeto denominado desenvolvimentismo. Na segunda seção, discutem-se as fases e características centrais do velho e do novo-desenvolvimentismo brasileiro e a perspectiva de sua subdivisão em três ondas históricas, separadas pelo aspecto político democrático e pelo tema da redistribuição. Por último, apresentam-se algumas considerações sobre o novo-desenvolvimentismo em seu arranjo democrático-inclusivo.
Este artigo pretende tratar do tema da nova direita no Brasil recente. Procura-seidentificar os elementos conceituais capazes de definir as fronteiras do campopolítico da direita no Brasil e no mundo nas últimas décadas. No caso brasileiroo texto trabalha especificamente com o pensamento produzido por intelectuais danova direita, tomando como base de análise alguns textos selecionados e vinculadostambém ao tema das fronteiras do novo pensamento de direita e dos principaisconceitos mobilizados.
Não é tarefa fácil apresentar e comentar o livro Linhagens do pensamento político brasileiro, de autoria de Gildo Marçal Brandão. Pesa em primeiro lugar o fato de que esse livro nasceu da livre-docência defendida pelo autor, no final de 2004, na Universidade de São Paulo, correspondendo assim a uma pesquisa de fôlego e a uma maturação intelectual resultante de longa trajetória na vida acadêmica. Mas pesa ainda mais a envergadura teórica da obra, o alcance que representa para o conjunto da Ciência Política brasileira e o debate que propõe sobre a natureza e a questão da institucionalização dessa mesma Ciência Política. Além de obra madura, Linhagens do pensamento é também um desafio intelectual para aqueles pesquisadores que trabalham com o problema político brasileiro no percurso de sua formação enquanto um legado intelectual.O texto é composto por três movimentos analíticos combinados: uma reflexão densa e profunda sobre o estado da arte dos trabalhos produzidos sobre pensamento social brasileiro, estudos específicos sobre alguns autores nacionais em seu vínculo com as famílias intelectuais propostas na teoria das linhagens e uma abordagem sobre a intelligentsia na condição periférica. Nesse último ponto, Brandão cerra fileiras contra a atual entronização do modelo de pesquisa empírico e descritivo na Ciência Política brasileira, responsabilizado pelo esvaziamento da reflexão crítica desses estudos. A divisão temática assim apresentada permite reagrupar os capítulos do livro da seguinte forma: teoria (primeira parte e capítulo um), estudo(s) sobre o pensamento social (capítulos dois e três), periferia, pesquisa e mudança paradigmática na Ciência Política (toda a segunda parte).Incidindo em objetos de natureza diversa -teoria social, análise de autores ou instituições e projetos de pesquisa -o livro possui, como unidade condutora, a elaboração de uma teoria de alcance epistemológico, apresentada na primeira parte do texto, que possibilita ao pesquisador compreender (em vez de descrever) o leque do pensamento social brasileiro gerado em mais de cem anos de vigorosa e diversificada produção intelectual. A seguir tentarei apresentar um apanhado geral sobre os movimentos de Linhagens, com atenção especial para a questão teórica que embasa a constituição do texto e para o problema da "metodolatria" e a conversão dos estudos políticos em uma ciência aos moldes do institucionalismo norte-americano.Linhagens é aberto com um desafio: discutir a percepção, em boa medida hegemônica no campo dos estudos sobre a política brasileira, que organiza e entende o pensamento político nacional segundo uma divisão entre a fase ensaísta e a fase científica. Assim, as Ciências Sociais como um todo teriam se consolidado no momento em que a interpretação foi substituída pela análise apoiada no modelo acadêmico, na pesquisa embasada empiricamente e consoante o tratamento teórico oferecido pela bibliografia especializada da área. A criação, no inicio dos anos 1930, da Escola de Sociologia e Política e da Faculdade de Filosofia, Ciências e ...
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