A percepção de pessoas surdas sobre o acolhimento e cuidado dos profissionais de enfermagem em unidades de emergência

Abstract

Objetivo: Compreender a percepção de pessoas surdas sobre o acolhimento e cuidado dos profissionais de enfermagem em unidades de emergência. Métodos: Estudo de pesquisa exploratória, com abordagem qualiquantitativa, por meio de uma entrevista realizada com dez surdos, presencialmente e/ou virtualmente, utilizando a linguagem brasileira de sinais (LIBRAS), com questões caracterizadoras do perfil dos participantes, seguidas por questões abertas abordando o conhecimento conceitual sobre acolhimento, cuidado e experiências vividas na emergência pelo surdo e a visão do mesmo sobre os profissionais de enfermagem. Resultados: Denota-se a partir dos relatos, ou da falta deles, que os participantes pouco sabem sobre saúde e seus direitos sobre ela, assim como desconhecem o que realmente significa acolhimento e cuidado partindo de um profissional enfermeiro. Além disso, todos ressaltaram a importância do bom uso da comunicação como fator primordial para uma assistência qualificada. Conclusão: Diante do exposto percebeu-se a urgência do fazer saúde com mais inclusão para o paciente surdo. De acordo com relatos dos vários indivíduos, existe pouco ou nenhum domínio da LIBRAS por parte dos profissionais de enfermagem, dificultando o atendimento holístico para pessoas com surdez na emergência hospitalar.

Uso Da Língua Brasileira De Sinais No Atendimento De Urgência E Emergência: Uma Reflexão

“…Assim, sentimentos como desconfiança, medo, insegurança e frustração invadem o paciente surdo, impedindo que busque atendimento com a mesma frequência que o paciente ouvinte (MAGRINI; SANTOS, 2014). Devido a falta de profissionais capacitados em Libras, a companhia de um intérprete, que pode ser um amigo, membro da família ou profissional, é um meio para facilitar a comunicação (DE OLIVEIRA COSTA et al, 2021). No entanto, a ausência deles nas unidades de saúde constitui um empecilho à assistência, infringindo o direito constitucional à saúde e revela o despreparo das instituições (NOBREGA; MUNGUBA; 2017).…”

“…Nessa conjuntura, a falta de compreensão e domínio da Libras provoca uma busca por outras maneiras de se comunicar, tentando adequar-se a cada paciente. Porém, essa tentativa de promover interações semelhantes à língua de sinais pode causar estranheza por parte dos usuários surdos e distanciamento na relação entre profissional e paciente, a qual deve ser de extrema confiança para que não haja lacunas de entendimento (DE OLIVEIRA COSTA et al, 2021).…”

“…Tendo em vista que nem todos os Surdos têm a plena compreensão da língua portuguesa, comunicar-se através da escrita, por exemplo, pode causar problemas de entendimento (DE OLIVEIRA COSTA et al, 2021). Além disso, sem a completa compreensão da Libras, os profissionais tendem a se sentir inseguros ao tentarem entender os sintomas citados, causando, assim, um maior afastamento, o que afeta ainda mais a comunicação e gera sentimentos de desconfiança nos usuários dos serviços de saúde (MAGRINI; SANTOS, 2014).…”

“…Acrescenta-se ainda que se deve aumentar a disseminação do conhecimento da Libras pelos profissionais hodiernos, com vistas a incorporar os indivíduos com dificuldade auditiva nos ambientes que lhes são um direito, como o atendimento nas unidades de emergência (DE OLIVEIRA COSTA et al, 2021).…”

Assistência à saúde ao usuário com deficiência auditiva: revisão integrativa da literatura

“…Portanto percebe-se que é necessário fazer saúde com acessibilidade, fazendo com que os profissionais de saúde ofereçam um atendimento de forma holística a demanda da comunidade surda na emergência e/ou urgência, contribuindo então para um melhor plano assistencial e promoção da saúde além de incentivar o aprendizado de LIBRAS pelos profissionais de saúde. (Costa et al, 2021).…”